Foto: Pexels
Por Luiz Garcel
Nos últimos anos, o vinil, um formato de mídia que muitos consideravam obsoleto, experimentou um renascimento surpreendente em todo o mundo, e o Brasil não ficou de fora dessa tendência. Apesar da era digital dominar o cenário musical com plataformas de streaming e downloads, os discos de vinil conquistaram um espaço especial no coração de colecionadores, amantes da música e até mesmo de novas gerações que descobrem o charme e a qualidade única desse formato.
Ouvir um disco de vinil vai além da música: é um ritual que envolve escolher o álbum, retirá-lo cuidadosamente da capa, colocá-lo na vitrola e ouvir o som quente e rico que só os vinis são capazes de proporcionar. Essa experiência sensorial e nostálgica tem atraído tanto os saudosistas que viveram a era de ouro do vinil quanto jovens que buscam uma conexão mais profunda com a música.
O mercado de discos no Brasil tem se beneficiado dessa tendência. Lojas especializadas, feiras de vinis e até grandes redes varejistas têm ampliado seus estoques para atender à demanda crescente. Além disso, artistas nacionais e internacionais têm relançado álbuns clássicos e lançado novos trabalhos em vinil, muitas vezes em edições limitadas e com capas exclusivas, o que aumenta o apelo para colecionadores. Alguns exemplos de álbuns que foram muito bem vendidos são: Relançamento dos clássicos de Beatles e Pink Floyd, Ed Sheeran, La La Land, “Sour” de Olivia Rodrigo. No Brasil, a produção de vinil é baixa e a maior parte dos discos é importada. O custo de produção é alto, o que contribui para o preço final do produto.
Alguns fatores que influenciam o preço final do vinil são: Importação de matérias, Instabilidade cambial, Cotação do petróleo, Cuidados ambientais exigidos pela produção do PVC, Complexidade do processo de fabricação.
Veja como é feita a fabricação do vinil
Outro fator que impulsiona o mercado é a valorização do vinil como objeto de arte. As capas dos discos, muitas vezes elaboradas e icônicas, são apreciadas não apenas por seu conteúdo musical, mas também como peças de design e cultura.
No entanto, o renascimento do vinil também enfrenta desafios. O custo de produção e importação de discos no Brasil ainda é alto, o que reflete no preço final para o consumidor. Além disso, a infraestrutura para produção local de vinis é limitada, o que torna o país dependente de fábricas no exterior. Ainda assim, a paixão dos fãs e o crescimento do mercado mostram que o vinil tem um lugar garantido no cenário musical brasileiro.
O renascimento do vinil no Brasil é um fenômeno que combina nostalgia, qualidade sonora e valor cultural. Ele representa não apenas um retorno ao passado, mas também uma reafirmação da importância da música como experiência física e emocional. Em um mundo cada vez mais digital, o vinil prova que algumas tradições nunca saem de moda.
About The Author
