Autor paranaense radicado em Brasília, Roger Dörl apresenta seu novo livro na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Intitulada “Crônicas de Um Mundo”, a obra reúne cinco contos interligados e ambientados em um futuro próximo, onde a realidade virtual se impõe como estrutura dominante da vida em sociedade. A sessão de autógrafos acontece no dia 20 de junho, das 17h às 19h, no espaço Leia Mais, estande Z09.
O livro, com 320 páginas, se conecta ao universo criado anteriormente em “Alena existe”, primeiro romance do autor, e aprofunda discussões contemporâneas envolvendo liberdade, opressão e espiritualidade em um contexto marcado pela hiperconectividade. “As histórias abordam novas formas de construção individual e social diante de tecnologias como a inteligência artificial e a realidade virtual”, destaca Roger.
Entre os temas abordados estão o abuso das classes dominantes, a espiritualidade no mundo digital, o tratamento dos sentimentos como dados e algoritmos, manipulação da percepção e violência de gênero, todos situados em um cenário governado por uma interface digital chamada Masterverso.
O autor explica que todas as histórias se passam dentro desse universo, onde o físico foi quase totalmente substituído. “Estamos vendo impérios se formarem sob as marcas das big techs, com CEOs se comparando a césares ou fazendo gestos nazistas em palanques políticos”, afirma. “A internet e tecnologias relacionadas poderiam acabar de firmar a democracia em nossa sociedade, mas cada vez mais vêm se mostrando como eficazes instrumentos de controle.”
A criação do livro teve início com a expansão de histórias secundárias do romance anterior. Os cinco contos foram escritos entre julho e novembro de 2024, lançados primeiramente no formato digital — dois deles de forma gratuita. Ao final desse ciclo, os textos foram retrabalhados e reunidos na edição impressa. Durante o processo, o autor também assumiu diversas funções, como as de capista, diagramador, revisor, publisher, vendedor e publicitário. “Foi uma época de trabalho intenso”, lembra.
A obra também carrega uma mensagem sobre a necessidade de reconexão com o corpo e o mundo físico. “O livro procura o tempo todo chamar a atenção do leitor para o próprio corpo e para a realidade física, além de sublinhar a importância de ouvir os próprios sentimentos e pensamentos em vez de seguir cegamente os padrões impostos pelo meio”, comenta Roger.
A narrativa critica ainda os riscos da manipulação promovida por sistemas religiosos, capitalistas e algorítmicos, além de expor desigualdades sociais e o machismo presente no ambiente virtual.
A opção pela ficção especulativa foi, segundo o autor, um movimento estratégico. “Antes, meus textos e outras construções artísticas eram mais experimentais e conceituais, o que, por um lado, permite aprofundar discussões e promover trocas complexas, mas, por outro, deixa de fora muita gente.” Roger conta que sempre valorizou obras populares que abordavam temas profundos, como “Matrix”. Ao escolher um gênero mais acessível, busca ampliar o alcance de suas reflexões.
Publicado de forma independente, “Crônicas de Um Mundo” marca um novo momento na trajetória de Roger Dörl, que acumula a escrita, edição e comercialização da obra como parte de seu amadurecimento artístico e profissional.
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Via Assessoria de Imprensa
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