Está em cartaz no Teatro Paiol Cultural, em São Paulo, o espetáculo “Marighella – O Homem que Não Tinha Medo”, que narra a trajetória de Carlos Marighella, importante figura da resistência à ditadura militar brasileira. A temporada segue até o dia 22 de junho, com sessões às sextas e sábados, às 20h30, e aos domingos, às 19h.
Idealizada, produzida e dirigida por Allan Oliver, com direção cênica de Graça Cunha, a montagem é protagonizada pelos atores Pietro Cadete e Fábio Neppo, que interpretam Marighella em diferentes fases da vida. A proposta é apresentar tanto o jovem idealista quanto o militante maduro, costurando aspectos políticos e pessoais de sua história.
A peça traz uma abordagem crítica sobre o silenciamento das vozes dissidentes, o racismo estrutural e a criminalização dos corpos pretos no Brasil. Segundo Allan Oliver, a inspiração para o projeto surgiu de uma experiência pessoal de injustiça e perseguição. “Mesmo após provar minha inocência, senti na pele como corpos pretos ainda são criminalizados. Ao olhar para a história de Marighella, vi um espelho da minha dor”, afirma.
No palco, a narrativa é conduzida por dois personagens simbólicos: o escritor Jorge Amado (interpretado por João Victor Gonçalves) e o líder revolucionário Fidel Castro (vivido por Eduardo Saad). Enquanto Jorge representa o afeto e a ternura, Fidel traz o peso político e ideológico, criando um jogo cênico que tensiona a maneira como a história de Marighella é contada.
“Marighella – O Homem que Não Tinha Medo” também apresenta outras figuras que marcaram a vida e o legado do militante, como Clara Charf, sua companheira, além de nomes como Sérgio Fleury, Maria Rita Marighella, Augusto Marighella, Gianfrancesco Guarnieri e Oscar Niemeyer.
Para Fábio Neppo, que dá vida ao Marighella adulto, interpretar o personagem é um ato de responsabilidade e homenagem. “É uma celebração a um herói que lutou contra a ditadura. É muito significativo poder fazer parte dessa história”, afirma. Já para Pietro Cadete, que estreia como protagonista nos palcos, a experiência tem sido intensa. “Nunca aprendi tanto em um projeto. Espero que o público esteja aberto para ouvir essa história por outras lentes”, destaca.
O espetáculo convida o público a revisitar a história oficial e refletir sobre os desafios sociais e raciais que ainda persistem no país. Com uma linguagem poética e crítica, a montagem busca ampliar o debate sobre memória, justiça e resistência.
Via Assessoria de Imprensa
Foto de capa: Assessoria de Imprensa