O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do país, com a intenção de impulsionar a indústria cinematográfica nacional. “Queremos que os filmes sejam feitos nos Estados Unidos novamente”, declarou. A ofensiva, que agora atinge também o setor de entretenimento, representa uma tentativa de controlar os rumos de Hollywood e penalizar obras filmadas no exterior.
O produtor argentino Axel Kuschevatzky, premiado internacionalmente, destacou que há aspectos técnicos ainda indefinidos. “O que sabemos até agora é que tarifas se aplicam a bens, e não a serviços. E a produção audiovisual é um serviço”, afirmou à agência France Presse. Para ele, ainda é cedo para medir o real impacto. “Precisamos entender se as medidas avançam e qual seria sua abrangência. Estamos em uma fase preliminar.”
No Brasil, a presidente da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), Marianna Souza, demonstrou preocupação com a falta de clareza. “Não sabemos se o imposto será aplicado apenas aos filmes exibidos em salas ou também às produções em plataformas de streaming”, afirmou. Ela também questionou se a medida alcançará obras produzidas por empresas americanas, mas filmadas no exterior.
Trump solicitou ao Departamento do Comércio que iniciasse “imediatamente” o processo de aplicação da tarifa. Em resposta, o secretário Howard Lutnick afirmou: “Estamos trabalhando nisso”. O anúncio derrubou as ações de grandes estúdios, como Netflix, Disney e Paramount, na bolsa de valores.