Live Nation e Ticketmaster enfrentam processo do Departamento de Justiça dos EUA por práticas anticompetitivas

A falha da Ticketmaster em atender à demanda por ingressos para a turnê de Taylor Swift em 2022 evidenciou o impacto negativo da falta de concorrência no mercado de eventos ao vivo.

Reprodução Live Nation

O Departamento de Justiça dos EUA e mais de 20 estados estão processando a Live Nation e a Ticketmaster, acusando as empresas de monopolizar ilegalmente o mercado de eventos ao vivo. A ação, apresentada em um tribunal federal de Nova York, alega que essas empresas têm práticas anticompetitivas, como contratos exclusivos de longo prazo com locais de shows e retaliação contra concorrentes e espaços que procuram alternativas. A Live Nation controla mais de 265 casas de shows na América do Norte e gerencia a agenda de mais de 400 artistas, o que representa pelo menos 80% das vendas de ingressos para shows nas principais casas de shows. Essas práticas, segundo o Departamento de Justiça, resultam em preços mais altos para os fãs, que ficam com poucas opções.

A fusão entre a Ticketmaster e a Live Nation aconteceu há 14 anos, após uma longa investigação antitruste. O Departamento de Justiça exigiu que a nova empresa se comprometesse a não vincular seus serviços ou retaliar casas de shows que mudassem de promotores ou serviços de bilheteria. Em 2019, a empresa foi acusada de violar essa promessa, levando a um novo acordo que impôs um monitor externo para garantir o cumprimento e investigar futuras disputas. A administração Biden iniciou uma nova investigação antitruste em resposta aos problemas enfrentados pela Ticketmaster com a enorme demanda por ingressos para a turnê de Taylor Swift em 2022, quando milhões de usuários foram impedidos de comprar ingressos para a “The Eras Tour” por falhas da plataforma.

Foto: Buda Mendes/Getty Images

O Departamento de Justiça e os estados argumentam que a fusão entre Live Nation e Ticketmaster visa eliminar a concorrência, resultando em preços mais altos de ingressos e serviços de qualidade inferior. A Live Nation afirmou que as alegações são “absurdas” e que os problemas de aumento de preços estão relacionados a custos de produção elevados e à popularidade dos artistas. No entanto, os críticos destacam que a falta de concorrência no mercado levou a uma série de problemas, incluindo mau atendimento ao cliente, preços e taxas elevadas, além de restrições à revenda de ingressos.

A ação judicial busca um julgamento por júri e a divisão da empresa, o que pode resultar em mudanças significativas no mercado de eventos ao vivo. A reação negativa dos fãs à falha da Ticketmaster em atender à demanda por ingressos para a turnê de Taylor Swift em 2022 destacou as consequências da falta de concorrência. Artistas como Taylor Swift, Robert Smith e Zach Bryan expressaram publicamente sua insatisfação com as práticas da Live Nation e da Ticketmaster. A empresa StubHub também criticou o monopólio, afirmando que espera que o processo crie um mercado de ingressos mais saudável, que incentive a concorrência, a inovação e priorize a experiência dos fãs.

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