Créditos: Renato Mangolin
Como construir uma peça bilíngue que harmonize português e Libras sem transformar a surdez no foco exclusivo? E como garantir uma dramaturgia acessível sem recorrer ao tradicional intérprete de canto de palco? Essas questões nortearam a criação de Língua, espetáculo dirigido por Vinicius Arneiro, que compõe a Mostra Lucia Camargo na 33ª edição do Festival de Curitiba. As apresentações acontecem nos dias 28 e 29 de março, no Teatro José Maria Santos. Os ingressos podem ser adquiridos no site festivaldecuritiba.com.br ou na bilheteria física localizada no piso L2 do Shopping Mueller.
Com dramaturgia assinada por Pedro Emanuel e Vinicius Arneiro, em diálogo com Catherine Moreira, a peça nasceu de um processo colaborativo com o elenco, composto por Erika Rettl, Filipe Codeço, Jhonatas Narciso, Luize Mendes Dias e Ricardo Boaretto. O espetáculo dá continuidade à pesquisa iniciada com Aquilo De Que Não Se Pode Falar (2021), indicado a quatro Prêmios APTR.
Em Língua, a comunicação – ou a dificuldade de ser compreendido, independentemente do idioma – se torna o eixo central da trama. Durante uma festa de aniversário, o público acompanha as relações de um taxista surdo e as barreiras que enfrenta ao tentar expressar o que sente. “Não queríamos que a surdez fosse o centro, mas sim a forma como o mundo atravessa essa vivência”, explica o diretor Vinicius Arneiro.
Pensado para ser acessível tanto a surdos quanto a ouvintes, o espetáculo busca uma nova abordagem para a inclusão no teatro. “A gente tem o desejo de trazer mais surdos para o teatro. Nós, ouvintes, nos habituamos a fazer sessões com traduções em Libras, mas sabemos que essas apresentações acabam esvaziadas de um público surdo porque não são peças pensadas para eles. Claro que são iniciativas importantes, mas estamos em busca de uma maior integração. Em Língua, fizemos uma criação artística efetivamente pensando nos dois idiomas”, ressalta o diretor. O ator Ricardo Boaretto reforça a importância dessa representatividade: “É essencial que atores com deficiência interpretem personagens profundos e reais.”
Durante o processo de ensaios, a montagem contou com a presença da intérprete de Libras Lorraine Mayer, garantindo a comunicação com o ator surdo Ricardo Boaretto, que interpreta o protagonista. “O que a gente vê nos espetáculos, em geral, são ouvintes fazendo papéis de surdos. E os surdos acabam não se identificando com aquele personagem”, pontua Ricardo. “É preciso dar cada vez mais espaço aos atores com deficiência e investir na criação de personagens surdos mais complexos, com várias camadas, pois ainda são muito rasos na maioria dos espetáculos. Estamos agora em um momento de visibilidade desta luta, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido”, acrescenta.
A Mostra Lucia Camargo é apresentada por Petrobras, Sanepar, CAIXA e Prefeitura de Curitiba, com patrocínio de CNH Capital – New Holland, EBANX, ClearCorrect – Neodent, Viaje Paraná – Governo do Estado do Paraná e Copel – Pura Energia, além do patrocínio especial da Universidade Positivo.
O Festival de Curitiba segue ampliando o acesso à arte para o público surdo, consolidando pelo segundo ano consecutivo a Mostra Surda de Teatro e promovendo um debate essencial sobre inclusão e novas narrativas no palco.
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Sinopse: Uma mãe prepara uma festa de aniversário para seu filho surdo que cresceu rodeado de pessoas ouvintes. O encontro, que reúne um pequeno grupo de amigos do rapaz, revela não só afetos, dilemas e a diferença cultural entre eles. Além disso, convida-nos a perceber como lidamos com a distância entre aquilo que se sente e a tentativa de dizê-lo.
Serviço:
Língua
Mostra Lucia Camargo – Festival de Curitiba
28 e 29 de março, às 18h30
No Teatro José Maria Santos
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos
Origem: Rio de Janeiro – RJ
Duração: 75’
Projeto Língua @projetolingua
33º Festival de Curitiba
Data: De 24/3 a 6/4 de 2025
Valores: Os ingressos vão de R$00 até R$85 (mais taxas administrativas).
Ingressos: www.
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(Com informações e imagens da Assessoria de Imprensa)
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