O cinema brasileiro foi um dos grandes destaques da 12ª edição do Prêmio Platino, consagrando Ainda Estou Aqui e a atriz Fernanda Torres em uma noite de celebração ao audiovisual ibero-americano. O longa, dirigido por Walter Salles, levou os prêmios de Melhor Filme Ibero-Americano, Melhor Atriz (para Torres) e Melhor Direção, consolidando sua trajetória de sucesso após vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional e o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama neste ano.
A cerimônia aconteceu no Palácio Municipal IFEMA Madrid, com a presença do produtor Rodrigo Teixeira e da atriz Valentina Herszage, representando o filme. Salles e Torres não puderam comparecer, mas enviaram emocionadas mensagens de agradecimento.
Walter Salles homenageia Carlos Diegues e destaca força do cinema latino-americano
Em um discurso lido por Teixeira, o diretor agradeceu ao prêmio e celebrou a importância do cinema como resistência:
“É uma honra receber esse prêmio em uma categoria onde tenho tanta admiração pelos diretores indicados. Obrigado ao Prêmio Platino por nos lembrar que o cinema latino-americano é a nossa casa.”
Salles também dedicou a vitória ao lendário Carlos Diegues, falecido recentemente e um dos pilares do Cinema Novo:
“Carlos era um admirador do cinema latino-americano e foi fundamental para que filmes como o nosso pudessem estar aqui hoje. Em um momento de fragilização da democracia no mundo, pensadores como ele nos lembram o quanto o cinema é essencial para combater o esquecimento.”
Fernanda Torres também enviou uma mensagem, exaltando sua conexão com a cultura ibero-americana:
“Sou fruto dessa força cultural que, no cinema, pariu artistas como Luiz Buñuel, Pedro Almodóvar, Alejandro González Iñárritu, Fernanda Montenegro e tantos outros. Esse reconhecimento reforça em mim o orgulho de fazer parte dessa tradição.”