“Adeus, Garoto”: estreia do italiano Edgardo Pistone chega ao Brasil com fotografia poética e drama napolitano

O cinema brasileiro recebe, a partir de 8 de maio, a estreia de “Adeus, Garoto” (Ciao Bambino), primeiro longa do diretor napolitano Edgardo Pistone. Distribuído pela Pandora Filmes, o drama já conquistou o prêmio de Melhor Primeira Obra no Festival de Cinema de Roma 2024 e integrou a programação da 19ª edição do Festival de Cinema Italiano no Brasil.

Com uma fotografia deslumbrante em preto e branco, assinada pelo promissor Rosario Cammatora, o filme evoca a estética de mestres como Antonioni, De Sica e Pasolini, mas sem perder a identidade única de Pistone. As paisagens de Nápoles, cidade que já serviu de cenário para clássicos como “Paisà” (Rossellini) e “Matrimônio à Italiana” (De Sica), ganham vida em imagens que alternam tensão e lirismo, capturando a essência de um lugar marcado pela beleza rude e pela melancolia.

Um drama de amor e lealdade

A trama acompanha Attilio, um jovem de 19 anos de um bairro operário de Nápoles, encarregado de proteger uma prostituta do Leste Europeu. Quando seu pai é libertado da prisão e precisa quitar uma dívida perigosa, Attilio se vê dividido entre o amor pela garota e a lealdade à família, em uma escolha que coloca sua própria vida em risco.

Em entrevista, Pistone reflete sobre o tema central do filme: “O cinema transforma tragédias em cópias polidas. ‘Adeus, Garoto’ questiona como lidamos com nossa herança — seja ela afetiva, cultural ou familiar. Até no amor, como no caso de Attilio, ela se torna um obstáculo.”

O diretor, que também nasceu na periferia de Nápoles, destaca o tom único da narrativa: “Meu bairro, o Rione Traiano, é um lugar esquecido pela história, onde a dor convive com a irreverência. Essa dualidade moldou minhas memórias e, por consequência, este filme.”

Com uma estreia já aclamada, Pistone se consolida como um nome a acompanhar no cinema contemporâneo. “Adeus, Garoto” não é apenas um drama sobre escolhas difíceis — é um retrato sensível de uma Nápoles que resiste, brinca e sangra, tudo isso através das lentes de um diretor que sabe transformar a realidade em arte.

Via Assessoria de Imprensa

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