‘Sonic 3’: O melhor da trilogia e um verdadeiro presente aos fãs

Sonic é uma das minhas franquias de jogos favoritas da vida. Eu e o ouriço azul temos pelo menos 15 anos de amizade, e acompanho a saga desde os games clássicos do mega drive até as aventuras mais recentes. O mesmo vale para suas empreitadas cinematográficas. Me recordo de toda a polêmica em 2019 com aquele primeiro visual horroroso do Sonic, passando para 2020 e o lançamento do primeiro longa com o visual retrabalhado do personagem e em 2022 com Sonic 2, que foi uma boa melhoria em comparação ao primeiro.

Estou apontando isso logo de cara pois minhas expectativas com Sonic 3 eram altíssimas, especialmente por introduzirem um dos personagens mais populares de toda a franquia, Shadow, e por trazerem diversos elementos de Sonic Adventure 2 (2001), jogo que introduziu o ouriço negro e segue como um dos mais queridos pelos fãs. E que felicidade poder sair do cinema com sorriso no rosto ao ver que Sonic 3 era tudo que eu esperava e um pouco mais, no que é facilmente a melhor entrada da franquia.

Sonic, Knuckles e Tails se reúnem para enfrentar Shadow, um novo e misterioso inimigo com poderes diferentes de tudo que já enfrentaram antes. Com suas habilidades superadas em todos os aspectos, eles buscam uma improvável aliança.

Algo que tem sido bastante prazeroso de acompanhar nesses filmes de Sonic, é a crescente evolução de um longa para o outro. Se o primeiro começou com um filme simples e um tanto genérico de aventura, o segundo já injetou na trama mais personagens e elementos dos jogos. No terceiro filme, a equipe de produção levou em consideração todos os elogios e críticas dos longas anteriores para assim entregar uma experiência muito mais refinada.

Os personagens humanos, a maior crítica dos primeiros filmes e com razão, tem um papel significativamente reduzido no longa. E mesmo nos poucos momentos em que aparecem, os humanos fazem a trama avançar. Já os personagens dos jogos, aqueles que todos querem ver, são muito bem trabalhados. A dinâmica entre Sonic, Tails e Knuckles é bem divertida, rendendo boas piadas e momentos que mostram o amadurecimento dos personagens e o desenvolvimento deles enquanto equipe e amigos.

Time Sonic (Reprodução Paramount)

Esse é outro aspecto bem positivo do roteiro, nenhum personagem fica perdido na história. Todos são dados funções que fazem sentido com o personagem e suas habilidades. O roteiro como um todo é bem competente, fazendo bom uso dos personagens e trazendo temáticas como luto, solidão, vingança e família que, apesar de relativamente simples, são bem efetivas para os arcos narrativos sendo contados.

Obviamente eu não podia falar de Sonic 3 sem comentar sobre a principal atração do filme, a inclusão de Shadow. O ouriço negro é um dos pontos mais altos do filme. Desde seu visual (que está perfeito por sinal), sua personalidade e atitude mais sombria, as ótimas sequências de ação e o ar de  “maneiro” e “badass” do personagem, Shadow está bastante autêntico em relação aos jogos.

Jeff Fowler, diretor dos filmes de Sonic, começou sua carreira como animador, e um dos seus primeiros projetos foi trabalhar na animação de abertura de Shadow The Hedgehog (2005), game solo do personagem. É notável o carinho pelo Shadow e como o diretor e sua equipe realmente se empenharam na hora de trazer o personagem às telonas.

Shadow (Reprodução: Paramount)

Quanto ao passado do personagem e sua relação com Maria, creio que ambos são bem trabalhados. Mesmo que tenham sido feitas mudanças consideráveis em relação a história dos jogos, a versão apresentada no filme consegue se manter fiel à essência dos personagens. As cenas entre Shadow e Maria, interpretada pela atriz Alyla Browne, são ao mesmo tempo meigas e divertidas, vendendo bem para o espectador a amizade entre a garota e o ouriço. Meu único porém com a personagem é que ela tem pouco tempo de tela. Teria sido legal ver mais de Maria, mas o que já é mostrado, é muito bom.

Quem também entrega uma ótima atuação é Jim Carrey no papel de Doutor Eggman. Entretanto, além de reprisar o papel do vilão, Carrey também dá vida à Gerald Robotnik, avó do personagem e cientista ligado ao passado de Shadow. É visível em tela o quanto o ator está se divertindo ao contracenar consigo mesmo, rendendo algumas das melhores piadas do filme e que fizeram a sala gargalhar. Além disso, o filme trouxe uma profundidade e desenvolvimento para o personagem do Eggman que foi uma grata surpresa.

Quanto ao humor do filme, este é o principal problema para mim. Por ser um filme direcionado para o público infantil, obviamente terão piadas mais bobas voltadas para essa faixa etária. Já as piadas que divertiram os adultos ficam por conta de Jim Carrey. No geral é um humor bem 50/50, com piadas que vão arrancar boas gargalhadas e outras nem tanto.

Robotnik (Reprodução: Paramount)

O que eu não posso reclamar são das sequências de ação, que são excelentes. Seja a introdução de Shadow, uma perseguição em alta velocidade pelas ruas de Tóquio ou um segmento de espionagem no melhor estilo Missão Impossível, todas são muito empolgantes de assistir. A sequência de ação do terceiro ato é tão insana, irada e frenética que parecia que eu estava assistindo a um live-action de Dragon Ball Z.

Dá para reparar que a equipe de produção como um todo está bem mais confortável e segura de si com esses filmes de Sonic. Não só as sequências de ação são bem criativas, como a direção delas também é muito boa. A direção de Jeff Fowler evoluiu bastante, seja para criar enquadramentos bonitos ou cenas de ação estilosas que parecem ter saído diretamente de um anime. Os efeitos especiais também são ótimos, seja para dar vida aos personagens, que estão mais expressivos do que nunca, ou nas sequências de ação que sinceramente dão aula quando comparado a vários dos filmes recentes de heróis da Marvel e DC.

Reprodução: Paramount

   Quanto ao ritmo, este também é um ponto bem positivo. Assim como seu protagonista, Sonic 3 tem um ritmo rápido e que não perde tempo. O roteiro consegue de forma ágil e eficiente apresentar para o espectador os personagens e os conflitos sem enrolação. Não há uma sequência de casamento como em Sonic 2. Sonic 3 é uma montanha russa no melhor sentido da expressão. Quando inicia, ela nunca desacelera ou deixa de divertir.

Vale ressaltar que o filme tem duas cenas pós-créditos que fizeram minha sessão, que estava lotada por sinal, aplaudir o filme de tanta empolgação.

Em resumo, Sonic 3 é uma ótima sequência e superior em todos os aspectos em relação ao filme anterior. Bons personagens, boas atuações, excelentes sequências de ação, ótimos efeitos especiais, bom humor e um roteiro competente, fazem desta produção ser a melhor entrada na franquia Sonic até o momento e uma nova referência do que filmes baseados em jogos podem ser. Fico muito empolgado para o futuro dos filmes, com Sonic 4 em 2027 e o derivado que do Shadow que, dada a tamanha popularidade e repercussão do personagem neste terceiro filme, é só questão de tempo até a Paramount anunciar.

⭐⭐⭐⭐

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