Foto: Valquir Aureliano / Esporte News Mundo
O primeiro clássico Athletiba de 2025, disputado neste domingo (25), pela 5ª rodada do Campeonato Paranaense, terminou empatado em 0 a 0, mas o resultado no Couto Pereira foi ofuscado por um verdadeiro espetáculo de violência, racismo e confusão. O que deveria ser um dos maiores clássicos do futebol paranaense se transformou em um triste episódio para o esporte e para a sociedade.
Racismo dentro do estádio
Durante a partida, o zagueiro Leonardo Pinheiro, conhecido como Léo Pelé, foi alvo de insultos racistas por parte de um torcedor do Coritiba. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, é possível ouvir palavras como “macaco” sendo proferidas contra o jogador. O rosto do agressor não aparece nas imagens, dificultando sua identificação até o momento.
O caso gerou forte comoção e revolta. O Athletico Paranaense publicou uma nota oficial repudiando o ato, enquanto o Coritiba prometeu colaborar com as investigações e identificar o responsável. A Federação Paranaense de Futebol também condenou o ocorrido e indicou que medidas serão tomadas.
Violência antes, durante e após o jogo
O clima de hostilidade começou antes mesmo do apito inicial. Imagens chocantes circularam mostrando um torcedor do Athletico ensanguentado, sentado no chão, sendo agredido com um chute no rosto por um suposto torcedor do Coritiba. A identidade do agressor ainda não foi confirmada.
O confronto deste domingo marcou o retorno das torcidas organizadas do Coritiba aos estádios, após um ano de proibição por conta de uma briga generalizada em um jogo contra o Cruzeiro, em 2023. No entanto, o comportamento agressivo voltou a se manifestar, com relatos de confusões dentro e fora do estádio.
Apreensão de armas e falha no controle
Durante a semana que antecedeu o clássico, forças de segurança realizaram ações preventivas. Em uma operação na Travessa da Lapa, no centro de Curitiba, foram apreendidos rojões, fogos de artifício e socos ingleses dentro de um ônibus do transporte público, itens que poderiam ser usados em atos de violência. Apesar da apreensão, ninguém foi preso, e os objetos não foram suficientes para evitar os tumultos.
Reuniões entre representantes da Polícia Militar, Guarda Municipal e lideranças de torcidas organizadas aconteceram dias antes do jogo, mas as ações não surtiram efeito prático. O contato com as lideranças das organizadas foi ineficaz, mostrando a incapacidade de controlar os torcedores mais radicais.
Confusão dentro de campo
A partida, disputada sob chuva intensa, foi marcada pela baixa qualidade técnica. O gramado encharcado dificultou a criação de jogadas e aumentou a tensão entre os atletas. No segundo tempo, a tensão transbordou: jogadores de Coritiba e Athletico, além de membros das comissões técnicas, protagonizaram cenas de pancadaria, com socos, chutes e empurrões sendo trocados em campo.
Repercussão e apelos por mudanças
O clássico deste domingo foi um retrato da escalada da violência nos estádios brasileiros. Entidades como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Ministério Público devem se manifestar nos próximos dias, com pressão por medidas mais duras para conter atos de racismo e violência.
Embora o placar tenha ficado zerado, o Atletiba de 2025 deixa uma marca negativa na história do clássico, reforçando a necessidade urgente de ações para transformar o futebol em um espaço de celebração, e não de conflito.