A Cia. Dos à Deux estreou ontem sua curta temporada da peça, “Enquanto você voava, eu criava raízes”, no Rio de Janeiro, e O Folhetim Cultural esteve na apresentação. André Curti e Artur Luanda Ribeiro, fundadores da Cia. Dos à Deux, são os responsáveis pela dramaturgia, cenografia, coreografia, encenação e performance do espetáculo, que fica em cartaz até o dia 17/12 no teatro Firjan SESI Centro.
“Enquanto você voava, eu criava raízes”, não tem começo, meio e fim, nenhuma palavra é dita. A montagem é uma imersão sensorial, um diálogo visual que mistura elementos do teatro, da dança e do cinema. Sem uma dramaturgia linear, as diversas cenas se completam e transitam entre o onírico e a realidade.
O corpo é o guia da partitura e a fonte de leitura do trabalho. Por ele mergulhamos nessa pesquisa dessa dupla de artistas sobre esse tema que acompanha o ser humano ao longo de sua vida, o medo e sua transformação.
Como nos outros trabalhos, a linguagem gestual é criada a partir do tema abordado pelos dois. “Para mim, nesse espetáculo, ficamos à beira do abismo desde o início”, diz André. “São os abismos que temos dentro de nós, essa sensação de vazio permanente, de que há algo dentro se abrindo e um outro eu está caindo dentro da gente”. Completa Artur.
A peça, “Enquanto você voava, eu criava raízes”, foi agraciada com o Prêmio Shell na categoria cenário, e indicada por iluminação e figurino. Foi vencedora do Prêmio APTR – associação de Produtores de Teatro, em três categorias (melhor espetáculo, cenografia e música). Atualmente, está indicada ao Prêmio Cesgranrio em cinco categorias, (melhor espetáculo, música, direção, cenografia e iluminação) e ao Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes (melhor direção e melhor espetáculo).