Reprodução: Lionsgate
O novo thriller psicológico Não Solte usa a premissa do famoso livro/filme Caixa de Pássaros, mas muda completamente o caminho logo no começo. Embora no trailer pareça algo da famosa frase “copia, mas não faz igual”, conforme somos apresentados aos acontecimentos, descobrimos que as coisas são bem diferentes.
Acompanhamos a história de Momma (Halley Berry) e de seus filhos gêmeos, Nolan (Percy Daggs IV) e Samuel (Anthony B. Jenkins) em um mundo (até então) pós-apocalíptico, dominado pelo Mal. A única forma de se protegerem é a casa em que moram no meio da floresta. Para sair à caça, é necessário estarem amarrados por cordas que os mantem ligados a casa, e, portanto, protegidos. Conforme as semanas passam, Nolan começa a duvidar da própria mãe, já que ele nem o irmão são capazes de ver o mal, apenas senti-lo. A caça diminui, a fome aumenta e os sentidos selvagens do ser humano começam a aparecer.
O roteiro assinado por KC Coughlin e Ryan Grassby não é tão original. A história de uma mãe que tenta proteger seus filhos a todo custo é tão batida quanto tramas da Marvel. Contudo, não é um filme ruim de assistir. Por ser thriller, o roteiro permite certos clichês. Com cenas mais tensas e de suspense com sustos, a dupla de roteiristas não foca tanto na história por trás dos personagens ou no que levou o mundo a ter o tal do Mal.
A direção de Alexandre Aja é perspicaz em trazer um tema tão abatido de forma bem-feita, diferente da adaptação de Caixa de Pássaros que conseguiu sem esforços estragar um dos melhores thrillers da última década. As cenas são bem construídas e atuação do elenco principal é estonteante.
Ao optar em construir todo o filme somente em duas locações (casa e floresta) é um desafio para que as cenas não caiam na chatice, mas Alexandre consegue desenvolve-las com maestria. A construção do Mal como uma coisa misturada e esquisita que beira a insanidade, mas ao mesmo tempo o crível é digno de reconhecimento.
Já na fotografia, o filme é minimalista. Traz planos e takes minuciosos sobre detalhes que ajudam a contar a passagem de tempo, o medo, a tensão e até mesmo a chegada do Mal. Sabemos quando ele está por perto apenas pela mudança do clima na foto e na cenografia.
Não Solte não é um filme revolucionário, mas é bem construído. Embora pareça produção de streaming, a experiência foi ampliada numa grande tela que transporta o telespectador para dentro da floresta medonha. E como um bom thriller, consegue quebrar as expectativas do público com plots realmente inesperados, além de deixar em aberto inúmeras questões.
O longa chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 07 de novembro.
⭐⭐⭐
Assista ao trailer: