Como foi fundado o Athletico? Para entendermos como o clube foi fundado, precisamos primeiro conhecer dois clubes de Curitiba no início do século XX. O Internacional Foot-Ball Club, foi fundado em 22 de maio de 1912 e dois anos depois, mais precisamente em 24 de maio, alguns jogadores de segundo quadro, criaram o América Football Club, que logo ganhou o coração do público mais abastado da capital paranaense.
Teve sua origem a partir da junção desses dois clubes tradicionais em Curitiba no início do século XX. Os presidentes do America Foot-ball Club (Joaquim Narciso Azevedo) e do Internacional Foot-ball Club (Arcésio Guimarães), realizaram uma reunião com mais sete pessoas no dia 26 de março de 1924 e tomaram as primeiras deliberações e ali marcou a junção dos dois clubes.
Nascia ali então o Club Athletico Paranaense. Herdando o vermelho do America e o preto do Internacional, tornando-se o rubro-negro.
Arcésio Guimarães, após a junção dos dois clubes, tornou-se então o primeiro presidente e responsável pelo início glorioso, entrando para a história do clube rubro-negro. 1925, um ano após a fundação do clube, o Athletico já mostrava que seria um clube vitorioso, fazendo uma campanha incrível e sagrando-se campeão pela primeira vez do campeonato paranaense. Um retrospecto impressionante, com 12 jogos, oito vitórias, três empates e apenas uma derrota, marcando 35 gols e sofreu apenas 15.
Uma curiosidade a parte, o jogo de desempate entre Athletico x Savóia, teve apenas 80 minutos de duração, determinado pela Associação Sportiva Paranaense.
Personagens do primeiro elenco vitorioso
O elenco que foi campeão do campeonato paranaense em cima do Savóia, foi: Tapyr; Harold e Marrecão; Lourival, Falcine e Nano; Ary, Marreco, Urbino, Maneco e Motta.
Responsável por 15 dos 35 gols marcados, Urbino Medeiros foi a principal referência de ataque do clube na temporada. Além de campeão, foi artilheiro do campeonato e o principal jogador paranaense do ano.
O goleiro Tapyr, foi o que menos atuou na temporada, mas foi considerado o herói do título. Entrando no jogo contra o Savóia, devido à forte gripe contraída pelo goleiro titular Tércio, Tapyr foi um dos principais personagens da conquista athleticana.
O nascimento do apelido furacão
Em 1949, o rubro-negro paranaense, recebeu o apelido de “Furacão”, e não por menos, este nome veio merecidamente, após um campeonato paranaense com um retrospecto admirável. Sendo 12 jogos e 11 vitórias consecutivas e apenas uma derrota.
Nos seis primeiros jogos, aplicaram seis goleadas, a mais emblemática foi contra o Coritiba, na ocasião, venceram por 5×1 em pleno Belfort Duart (1932 a 1977), primeiro nome do estádio do Coritiba. A superioridade do Athletico era tanta, que surgiram boatos de que os times estariam dispostos a abrir mão do campeonato. Não por menos, sagrou-se campeão paranaense daquele ano.
O apelido começou a ser utilizado após a manchete “Furacão Levou o Tigre de Roldão” publicado no jornal Desportos Ilustrados, após a goleada por 5×1 em cima do Britânta.
Jogadores que se tornaram ídolos no Furacão
Um dos maiores ídolos do Athletico, Jackson Nascimento, nasceu no mesmo ano da fundação do clube, 1924. Mas a história de amor começou apenas em 1942, quando saiu do Antonina, para se integrar ao grupo de juvenis do furacão. Não demorou muito e acabou ingressando no elenco profissional e entrando para a prateleira de maiores ídolos do Athletico. Ao lado do Cireno, formaram a maior ala esquerda do futebol paranaense.
Outro grande ídolo, foi o glorioso Washington “Coração Valente”, que recebeu este carinhoso apelido após passar por um período difícil em sua vida, uma doença no coração, que quase o fez parar de jogar. Durante o processo de recuperação, que durou 6 meses, ele procurou o Athletico e recebeu uma chance, e foi o necessário para tornar-se ídolo do furacão.
Pelo clube, foi responsável por 34 gols no campeonato brasileiro de 2004, recorde na era dos pontos corridos. Este desempenho lhe rendeu o prêmio bola de prata, da revista placar como melhor atacante, artilharia e a Chuteira de Ouro como goleador do ano.
Outros grandes ídolos do clube são: Alex Mineiro, Assis, Caju, Djalma Santos, Alberto Gottardi, Cireno, Sicupira e Zanetti.
Arena da baixada
O primeiro estádio do estado do paraná, oficialmente chamado de Joaquim Américo Guimarães, em homenagem ao presidente do Internacional Foot-ball, e também idealizador do local que hoje conhecemos como Arena da baixada (Ligga Arena). Teve sua inauguração em 6 de setembro de 1914.
A primeira reforma veio acontecer em 1997, após Mario Celso Petraglia assumir a presidência em 1995. Com projeto inovador, tornou-se o estádio mais moderno da América Latina. Inaugurado em 1999, a estrutura contava com escadas de acesso, elevadores, arquibancada próxima ao campo e praça de alimentação. Veio perder o título de modernidade apenas em 2007 para o Engenhão.
Em 2014, acontecia a Copa do Mundo no Brasil. Anos antes, logo quando ocorreu o anúncio que nosso país sediaria copa, a Arena da baixada foi forte candidata para ser um dos estádios do maior evento de futebol do planeta Terra. Em 2009, quando foi escolhido em definitivo, o estádio precisou passar por mais uma reforma, para atender a todos os padrões que a FIFA exige.
Esta reforma durou pouco mais de dois anos, e ficou pronta no ano do mundial. A inauguração ocorreu em um amistoso contra o Corinthians no dia 14 de maio de 2014, a equipe paulista venceu o jogo por 2×1. Evento teste realizado com sucesso, o próximo jogo seria pela Copa do Mundo.
Irã x Nigéria, jogo que marcou a estreia da Arena em copas, terminou empatado em 0x0. Além de Irã x Nigéria, neste evento, também receberam Honduras 1 a 2 Equador, Austrália 0 a 3 Espanha e Argélia 1 a 1 Rússia. Esses foram os jogos que marcaram a passagem da copa na capital paranaense dentro do glorioso estádio Joaquim Américo.
Entre reformas e mais reformas, em março de 2015, o CAP concluiu a construção da abertura e fechamento da cobertura do seu estádio. Tornou-se o primeiro estádio da América Latina e primeiro estádio de futebol do hemisfério sul a ter a tecnologia de teto retrátil. As partes retráteis podem abrir ou fechar em conjunto ou separadamente, além disso, podem ser fechados 25%, 50%, 75% e 100% de sua área. A velocidade de abertura e fechamento é de 2m por minuto, sendo necessário 25 minutos para abertura ou fechamento total da cobertura.
Além do teto retrátil, a Arena também trouxe outra inovação, em fevereiro de 2016, estreou o seu famoso gramado sintético. A fim de melhorar a prática do esporte, o gramado conta com o certificado FIFA PRO, o mais alto nível de certificação da FIFA. O grande diferencial do gramado instalado no Joaquim Américo é o sistema de enchimento GEOFILL, constituído essencialmente por fibras orgânicas vegetais (coco).
Atualmente, a capacidade total de público é de 42.370 e o recorde de público é de 40.263 torcedores (39.618 pagantes), na decisão da Copa Sul-Americana de 2018, contra o Junior Barranquilla.
Mudança de nome e escudo
Entre mudanças e reformas, foi a vez do escudo e nome passarem por “reformas”. O escudo sofreu uma drástica mudança, saindo do comum, para um estilo mais ousado, com quatro listras ascendentes e a sigla CAP para completar o emblema. Este novo formato do escudo traz a ideia do vento de um furacão, traz detalhes da bandeira do paraná e também o conceito do crescimento.
Além do escudo, quem também passou por uma alteração positiva, foi o nome do clube, que voltou a ter a letra “H” em seu nome, voltando a se chamar Club Athletico Paranaense, assim como na sua fundação, em 1924. Em defesa da alteração, o presidente do clube, Mario Celso Petraglia, explicou que a intenção é resgatar o passado.