A minissérie britânica “Adolescência” estreou em 13 de março, deste ano e, após um mês no streaming da Netflix, já é considerada a maior produção, com mais de 66 milhões de visualizações em todo o mundo.
Alguns críticos, já a classificam como “a coisa mais próxima da perfeição na TV em décadas”. O que faz a série se destacar em meio a tantas produções? Claro, não há somente um, mas vários fatores que explicam o grande sucesso da série.
A trama é envolvente, bem engendrada e muito bem contada. O roteiro mantém o espectador preso do início ao fim, deixando em alguns momentos, a dúvida sobre a culpabilidade do assassino.
A minissérie acompanha Jamie Miller, um garoto de 13 anos que é preso como principal suspeito do assassinato de uma colega de escola. A partir daí, a trama nos leva a uma montanha-russa de emoções, enquanto acompanhamos todas as consequências que esse crime desencadeia.
Enquanto buscam provas e interrogam alguns alunos, os investigadores descobrem que Jamie sofria cyberbullying, por parte da vítima. A série poderia enveredar para um lugar comum e vitimizar o adolescente, mas ela não o faz. A trama apresenta muitas camadas, não é superficial. Não tem um desenrolar fácil da história e nem um final fácil, hermeticamente fechado. Não há vitimização, todos são responsabilizados por seus atos e omissões, todos arcam com as consequências de suas escolhas e posturas, enquanto apresenta o ambiente que o jovem Jamie está inserido.
Todo esse primor do roteiro é elevado a um outro nível, pela forma como a série foi filmada, em plano sequência contínuo. Essa técnica, utilizada de forma primorosa pelo diretor, nos proporciona uma experiência imersiva na narrativa. Parece que estamos vivenciando, minuto a minuto, o calor do momento, o desenrolar dos fatos. O elenco combina atores veteranos e novos talentos, com interpretações que trazem um realismo impressionante aos personagens.
Um outro ponto que a série traz à luz, é a falta de comunicação entre pais e filhos e como os adultos podem estar distantes das demandas emocionais dos jovens de hoje.
O impacto da série vai além do entretenimento. Ela gera discussões, provoca incômodo e lança luz sobre temas urgentes e atuais, gerando mais perguntas que respostas, mais provocações que soluções.
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