A Metade de Nós, um filme sobre os processos do luto

A Metade de Nós, filme nacional que estreia hoje (30) nos cinemas de diversas cidades brasileiras, conta a história de um casal, Francisca (Denise Weinberg) e Carlos (Cacá Amaral), que lutam para se adaptar à nova realidade após o suicídio do único filho, Felipe.

Um filme silencioso, com poucas falas e uma história parada, condizendo com os acontecimentos que antecedem o longa. Nele vemos duas maneiras de se encarar o luto, o lado de Francisca – excluindo todos de sua vida e querendo se isolar do mundo – e o lado de Carlos – tentando seguir sua vida normalmente, mas que acaba sofrendo as escondidas. Por terem pensamentos muito distintos perante essa situação, o casal se separa, cada um seguindo com sua vida, ficando Francisca na casa em que já morava e Carlos na casa em que seu filho morava.

As transições de uma cena a outra são tristes de assistir, cortes secos que muitas vezes não se ligam, deixando cenas soltas durante todo o filme. Sem contar a relação amorosa que Carlos tem com seu novo vizinho, o qual acredita que seu filho possa ter tido um caso, e mesmo com essas duvidas em mente, dorme com esse moço que conheceu recentemente. Após essa noite casual o vizinho só é citado novamente no fim do filme em uma breve fala, onde Carlos conta a sua ex-mulher que tinha conhecido uma pessoa. Senti um leve desvio do que realmente se tratava o filme, já que isso não vem a agregar na história.

Fotografia belíssima, desvio de roteiro, atores excelente no que fazem, esse filme é uma salada de frutas de emoções, gostar ou não gostar desse longa-metragem que já foi premiado duas vezes? Para as pessoas que passaram por isso, o luto após uma morte de uma ente querido, e aos curiosos de plantão, é um filme interessante de assistir e analisar, mas garanto, não é do agrado de todos.

 

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