Lançado pela Editora Labrador, o livro Indomável – As descobertas de uma brasileira em Cuba traz um olhar íntimo e sensível da advogada paranaense Malu Garcia sobre suas nove viagens à ilha caribenha. Dividido em 28 crônicas, o livro vai além dos clichês turísticos para revelar o cotidiano cubano sob a perspectiva de quem visitou o país onze vezes, inclusive durante a pandemia da Covid-19.
Em suas narrativas, Malu defende a ideia de que “viajar sozinha é a maior expressão de liberdade que uma mulher pode experimentar”, destacando a independência e o autoconhecimento proporcionados por essa experiência. O livro se divide em duas partes: a primeira, dedicada às viagens anteriores à pandemia, e a segunda, que narra os desafios de uma viagem arriscada em meio à crise sanitária, quando a autora ficou presa em Cuba sem previsão de retorno.
O prefácio do escritor Léo Tavares ressalta a dimensão dupla da obra, que mostra uma jornada territorial e, ao mesmo tempo, uma transformação identitária da narradora, em uma trajetória de “perder-se para encontrar-se”. Essa sensação se reflete na riqueza das conexões humanas relatadas por Malu, que nunca se sentiu sozinha, mesmo viajando sem companhia. Entre suas experiências, destaca-se o encontro com personalidades como a ex-mulher cubana do cineasta Glauber Rocha e a mãe do escritor Leonardo Padura.
Natural de Mariluz, no interior do Paraná, Malu Garcia tem trajetória marcada pela comunicação antes de se dedicar ao Direito. Foi radialista, repórter, diretora regional de revista e apresentadora de programa televisivo. A escrita de Indomável representou para ela um processo de cura e organização dos sentimentos, um modo de valorizar tanto as culturas visitadas quanto suas próprias raízes.
A autora reconhece que a escrita foi um desafio solitário, permeado por dúvidas, mas sempre guiada pela convicção de que suas experiências eram únicas e que suas histórias poderiam emocionar e divertir leitores.
Um dos trechos mais emblemáticos do livro revela o significado do Malecón, a famosa orla de Havana, para os cubanos: “Para o cubano, é o lugar do seu mais profundo e próprio sentimento de pertencimento… O Malecón faz parte da identidade do cubano”. Para Malu, estar ali foi a realização de um desejo antigo, a concretização de um sonho que uniu memória, lugar e sentimento.
Via Assessoria
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