O que Maria Bethânia, Nara Leão, Liniker e Linn da Quebrada têm em comum com Uyara Torrente? Além de cantoras, todas também são atrizes. Agora, a artista curitibana — vocalista da Banda Mais Bonita da Cidade — reforça essa união entre música e artes cênicas no show-cênico Vou Parir um Terremoto, uma montagem produzida pela la lettre criação.
O espetáculo faz sua estreia nacional com três sessões gratuitas em Curitiba: dias 18 e 19 de abril, no Auditório Antônio Carlos Kraide – Portão Cultural, e dia 24 de abril, no Teatro Guairinha, sempre às 20h.
No palco, Uyara interpreta uma personagem que mergulha em dilemas e incertezas, especialmente sobre a condição da mulher no Brasil contemporâneo. “Gosto das contradições e complexidades dela. Em vez de certezas, ela traz questionamentos, que às vezes vêm com humor, às vezes nem tanto”, explica a artista.
O projeto nasceu em 2021, a partir de diálogos entre Uyara, a escritora Lígia Souza — autora do texto original — e a diretora cênica Nadja Naira. Na parte musical, a parceria vem com Vinícius Nisi, da Banda Mais Bonita, responsável pelos arranjos das canções. A coordenação geral é de Pablito Kucarz, parceiro de longa data de Uyara no Teatro de Breque.
Combinando teatro e música, o espetáculo aborda temas profundos de forma leve e visualmente marcante. “Falar de temas como aborto, violência ou medo não precisa ser excessivamente dramático”, afirma a diretora Nadja Naira. “Trazemos elementos do universo pop para a cena.” Para ela, dirigir Uyara é descobrir “o universo da palavra e suas reverberações no corpo de uma mulher madura e múltipla, cheia de magnetismo.”
Vou Parir um Terremoto se passa em um show pop, com banda formada pelas musicistas Babi Age (bateria) e Katze (guitarra e beats). A estética é vibrante e sintética, contrastando com textos e músicas intensas, que ecoam histórias de muitas mulheres reais. A mistura de linguagens torna a cena ainda mais potente e viva.
As apresentações contam com acessibilidade em Libras e transporte gratuito para grupos de mulheres em situação de vulnerabilidade social, convidadas a assistir ao espetáculo. A realização foi viabilizada pela Lei Paulo Gustavo, com produção da la lettre criação.
Mulheridades em foco
A inspiração para o projeto veio da música Grávida, de Arnaldo Antunes, interpretada por Marina Lima. A canção despertou o debate sobre a não-maternidade por escolha e sobre a criação de outros projetos e existências fora da gestação tradicional. “Ela abriu a possibilidade de pensar o parto como criação de muitas coisas”, explica Lígia Souza.
A peça amplia a pesquisa da companhia sobre dramaturgia criada por mulheres — iniciada com Penélope — e se aprofunda na discussão sobre as complexidades femininas na atualidade.
Livro “Vou Parir um Terremoto”
Além do espetáculo, a la lettre criação lança a publicação do texto teatral Vou Parir um Terremoto. Com tiragem de 800 exemplares, o livro será distribuído gratuitamente nos teatros durante as apresentações, além de bibliotecas municipais e escolas públicas, enriquecendo o acervo cultural disponível para a população de Curitiba.
SERVIÇO
Data: 18 e 19 de abril – sexta e sábado – às 20:00
Local: Auditório Antônio Carlos Kraide (Portão Cultural – República Argentina, 3.432)
Data: 24 de abril – quinta-feira – às 20:00
Local: Guairinha – Auditório Salvador Ferrante (Rua XV de Novembro, 971)
Entrada Franca: Retirada de ingressos a partir de 1 hora antes no local. Sujeito à lotação.
Classificação: 16 anos I Duração: 80 minutos
YouTube: https://youtube.com/@lalettreespacodecriacao5566
Instagram: @lalettrecriacao
SINOPSE
Entre a música e o teatro, Uyara Torrente dá vida a uma cantora que transforma o palco em um espaço de questionamento sobre a não-maternidade e os papéis femininos na sociedade. Em um show vibrante, marcado por humor e dramaticidade, a personagem enfrenta dilemas e reflexões sobre liberdade, medo e expectativas sociais. Com canções inéditas e uma estética pop, Vou Parir um Terremoto propõe um olhar potente e sensível sobre as contradições de ser mulher hoje.
(Com informações e imagens da Assessoria de Imprensa)