No dia 20 de janeiro de 2024 no Allianz Parque, com pulseiras que piscam e uma mega estrutura, Jão deu início a Superturnê em um show esgotado que teve até transmissão ao vivo no Multishow. Agora, quase um ano depois, no dia 18 de janeiro, o cantor encerrou essa caminhada no mesmo lugar em frente a quase 50 mil pessoas, o maior público solo de sua carreira.
A Superturnê é a celebração de anos de trabalho e conta com música dos quatro álbuns já lançados pelo cantor, divididas em quatro atos, cada um tendo como símbolo um dos quatro elementos: terra, ar, água e fogo. Foram 16 shows em 13 estados, totalizando mais de 400 mil ingressos vendidos. Jão esgotou três datas no Allianz Parque, sendo o artista nacional mais jovem a conquistar esse feito, mas ele não parou por aí — o cantor do interior de São Paulo esgotou espaços emblemáticos como a Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, e a Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Foi um crescimento muito significativo em comparação com sua turnê anterior, que ocupou teatros e pequenas casas de show, e um passo que o colocou definitivamente na primeira prateleira da música brasileira.
Com um palco gigantesco, um dragão, muita pirotecnia e pulseiras que piscam, a apresentação do último sábado (18) durou cerca de duas horas e meia e contou com 38 músicas. A Superturnê é uma experiência completamente imersiva que demonstra o porque Jão merece o espaço que vem recebendo na indústria nacional.
O show de encerramento foi intitulado “Supernova” e faz referência a uma faixa do artista, que tem o mesmo nome. A canção traz a ideia de que mesmo que todos os astros e o universo sejam a favor de que algo aconteça, mesmo que se faça de tudo para que aquilo dure para sempre, “tudo o que começa acaba”, e nada mais justo do que acabar como uma supernova — a maior explosão que ocorre no espaço sideral, originada da morte de uma estrela gigante. Foi definitivamente uma noite de supernova.
Além de músicas adicionais, o show de encerramento foi o único a contar com corpo de baile, que participou de praticamente todas as músicas, e também com um pequeno palco B em que Jão pegou fogo, literalmente, durante “Religião”.

Jão engrandeceu outro momento da Superturnê ao descarregar milhares de bexigas e cartas do teto do Allianz Parque, com um texto especial dedicado aos fãs. Normalmente a carta é uma só e é entregue em mãos pelo cantor a um dos fãs na plateia que pode fazer com ela o que quiser, divulgar ou não. As cartas são escritas a mão por Jão e falam de diversos temas — algumas são desabafos, outras tratam de coisas mais mundanas, uma tinha até versos de uma música que até então não tinha sido lançada, mas hoje conhecemos por “Acidente”. O texto da carta da última noite era o seguinte:
“Oi,
Essa é a última carta da última noite.
Estranho esse dia de hoje… Pensar em quem eu era há 7 anos, quando dei início a isso tudo. Um cabelo diferente, um nariz mais torto e uma coragem que sinto falta. Eu procurava em todo canto qual canto seria meu, e isso me afligia. Mas em alguns desses dias, nesses acasos, eu cruzei meu olhar com o seu e nossa história juntos começou.
Hoje, esse ciclo de quatro álbuns se encerra. E mesmo sabendo da saudade que vou sentir deles e desses shows, é hora de seguir.
Me sinto mais vivo, mais esperto, mais pronto e seu que as melhores histórias que vamos viver juntos ainda nem aconteceram. Elas estão logo ali.
Uma coisa é certa, quando a gente se encontrar de novo, eu vou estar seguro de que estou exatamente onde eu deveria estar, porque até hoje todos os caminhos me levaram até você.
Obrigado por estar aqui.
Com amor,
Jão”

A noite foi recheada de discursos emotivos e declarações de amor e gratidão pelos fãs, família e equipe. Em um dado momento foram colocadas no telão fotos de boa parte da equipe que fez o evento acontecer, desde os que montaram o palco até os produtores que o acompanham sempre. Jão sempre se mostrou muito grato por todos os que o ajudaram a chegar até onde está e na Superturnê não foi diferente.
Em um de seus discursos Jão mencionou que seu novo álbum já está em andamento, mas que não irá apressá-lo: “ele vai demorar o tempo que precisar pra nascer”, disse o cantor.

Supernova foi definitivamente uma celebração dos altos e baixos da carreira e vida de Jão e serve como prova do amadurecimento do cantor como artista e como pessoa. Sua legião de fãs apaixonados por suas letras deixou tudo ainda mais bonito. Como diz sua canção “A Última Noite”: “Uma noite de Supernova, pois da morte vem a vida […] A mais bonita das despedidas, a melhor noite das nossas vidas”.