Uma Espionagem Cearense com humor e referências pop

Dirigido por Halder Gomes, C.I.C. – Central de Inteligência Cearense é uma comédia de aventura que mistura o tom caricato do humor cearense com referências à cultura pop global, desde o universo Marvel até a elegância dos filmes de 007. Com Edmilson Filho no papel do Agente Wanderley (Karkará), o filme é uma celebração do regionalismo com uma pitada de nonsense e ação over-the-top, típica do diretor

A trama gira em torno do Agente Karkará, um espião da Central de Inteligência Cearense (C.I.C.), encarregado de recuperar um projeto ultrassecreto roubado por criminosos internacionais. A missão envolve parcerias com agentes da Argentina e Paraguai, em cenas que satirizam clichês de blockbusters de espionagem, como Missão Impossível e James Bond

Halder Gomes, conhecido por filmes como Cine Holliúdy e O Shaolin do Sertão, mantém sua marca registrada: diálogos em “cearensês”, situações absurdas e um elenco carismático. Aqui, porém, ele amplia o escopo, inserindo elementos como uma mão biônica (que lembra a “Coisa” de A Família Addams) e vilões caricatos, quase saídos de quadrinhos.

Pontos Fortes

Humor e Criatividade: O filme não tem medo de ser um disparate. Cenas como Karkará enfrentando vilões em cenários que misturam o sertão com high-tech são divertidas e irreverentes.

Elenco: Edmilson Filho carrega o filme com seu timing cômico, enquanto coadjuvantes como Alana Ferri e Gustavo Falcão acrescentam camadas ao humor.

Referências Pop: A sátira ao Marvel (com direito a “superpoderes” ridículos) e a abertura no estilo 007 mostram que o filme não se leva a sério – e isso é parte do charme.

Pontos Fracos

Excesso de Regionalismo: Assim como em Cine Holliúdy, o filme pode alienar quem não está familiarizado com o humor cearense. Algumas piadas soam forçadas para plateias de outras regiões.

Roteiro Previsível: A trama de espionagem segue um manual básico, sem grandes surpresas. O diferencial está nas piadas, não na narrativa.

Efeitos Especiais Limitados: A mão biônica e algumas cenas de ação parecem feitas com baixo orçamento, o que pode distrair espectadores acostumados a produções hollywoodianas.

C.I.C. não é uma obra-prima, mas cumpre seu papel como entretenimento leve e engraçado. Halder Gomes sabe como equilibrar o humor regional com uma abordagem universal, mesmo que alguns exageros tirem o fôlego da narrativa. Para fãs de comédias pastelão e referências pop, vale a pena.

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