Kiko Mascarenhas, celebrando 40 anos de carreira, volta aos palcos com seu monólogo “Todas as Coisas Maravilhosas”. O espetáculo conta a história de um garotinho de seis anos, que ao descobrir que sua mãe sofre de depressão, escreve listas de todas as coisas maravilhosas que existem no mundo.
As tentativas falhas de suicídio, um menino, que ao decorrer da peça se torna um adulto, carregando a culpa de sua mãe não se curar desse mal que a assombra e uma possível solução para esse problema, isso é tudo que vemos nesse espetáculo tão intenso e fabuloso.
A interação com o público é algo muito utilizado durante toda a peça. Já no início são distribuídos cartões numerados, caso o número do seu cartão seja citado você deve ler em voz alta, isso faz com que as pessoas que possuem o cartão fiquem mais atentas ao que está acontecendo, mesmo que isso não seja necessário pois a peça é cativante do começo ao fim.
Chamar as pessoas da plateia para fazer personagens é algo também muito utilizado, isso brinca com o público, trazendo-os para dentro do que está acontecendo no palco. São pessoas, que muitas vezes nunca atuaram na vida, tendo que improvisar na frente de muitas pessoas, fica muito engraçado.
Kiko Mascarenhas como ator é algo fascinante, ele consegue manter um monólogo, em um palco sem nenhum cenário, contendo apenas cadeiras e uma parcela do público que são acomodadas em uma plateia que ali foi montada. Ao fim da apresentação, objetos citados durante o espetáculo são espalhados pelo chão, os quais podemos manusear, assim visualizando melhor tudo que é dito por ele.
Kiko é tão incrível e talentoso no que faz, que consegue nos fazer rir, chorar e refletir sobre a vida, apenas usando palavras.