Estreia nesta quinta-feira (10), o aguardado Superman, primeiro filme do novo universo cinematográfico da DC Studios. Dirigido e roteirizado por James Gunn, que também assume a liderança criativa do estúdio ao lado de Peter Safran, o longa marca oficialmente o início do chamado “Capítulo 1: Deuses e Monstros”, reformulando por completo a trajetória do Homem de Aço e abrindo caminho para uma narrativa mais coesa e planejada no cinema.
A aposta da DC é clara: deixar para trás os tropeços do antigo DCEU e apresentar uma nova fase com protagonismo emocional, fidelidade ao espírito dos quadrinhos e integração entre filmes, séries e animações.
“DC Studios é sem precedentes”, disse Peter Safran a Variety, de acordo com a People. “É uma entidade de produção e estúdio independente. É a primeira vez que tudo relacionado à DC – cinema, televisão, live-action, animação, jogos – é centralizado sob uma visão criativa, a de James e eu.” Foi assim que a DC anunciou a nova fase.
A principal diferença em relação às encarnações anteriores de Superman está no tom e na construção do personagem. Em vez da atmosfera sombria e pesada vista nos filmes de Zack Snyder, James Gunn opta por um Clark Kent mais humano, esperançoso e em conflito com seu papel no mundo.
Interpretado por David Corenswet, o novo Superman enfrenta vilões multifacetados, como Lex Luthor e a personagem Engineer, e transita por um universo que combina realismo político, conflitos internos e elementos de ficção científica clássica. A abordagem remete diretamente a HQs como All-Star Superman e Superman for All Seasons, resgatando o idealismo do personagem com frescor contemporâneo.
Além de estabelecer o tom da nova fase, Superman também funciona como ponto de partida para outras produções já confirmadas pela DC Studios. Entre elas estão Supergirl: Woman of Tomorrow, estrelada por Milly Alcock e com estreia prevista para 2026, The Brave and the Bold, que introduzirá uma nova versão do Batman e de Damian Wayne em 2028, e Clayface, que trará um filme solo para o vilão homônimo.
Todas essas produções fazem parte do mesmo universo e já estão em diferentes estágios de desenvolvimento, refletindo o esforço de Gunn em estabelecer uma continuidade orgânica entre os projetos.
A nova estrutura proposta pela DC Studios também esclarece a coexistência de narrativas paralelas sob o selo “Elseworlds”, que abriga filmes fora da cronologia principal, como The Batman de Matt Reeves. A sequência estrelada por Robert Pattinson tem estreia marcada para 2027 e continuará sua abordagem noir e autoral, sem interferência no universo coordenado por Gunn.
Com isso, a DC adota uma estratégia semelhante à da editora nos quadrinhos, permitindo múltiplas versões de personagens clássicos coexistirem em linhas narrativas distintas, o que agrada tanto ao público tradicional quanto aos fãs de experiências mais experimentais.
A nova política interna prioriza a finalização de roteiros antes da liberação orçamentária para produções, e cada novo projeto precisa funcionar de forma independente, mesmo conectado ao universo maior.
Isso representa uma ruptura com a antiga lógica de lançamentos apressados e retcons frequentes, que confundiam o público e minavam o engajamento com os personagens. A expectativa agora é que a consistência narrativa traga de volta a credibilidade que a DC perdeu nos últimos anos frente à concorrência da Marvel Studios.
Com a estreia de Superman, a DC não apenas apresenta uma nova versão do herói mais emblemático das HQs, como também testa sua capacidade de reconstruir uma mitologia cinematográfica de forma estratégica, emocionalmente envolvente e, acima de tudo, sustentável. Caso o filme conquiste o público e a crítica, James Gunn pode finalmente consolidar a base para um universo onde deuses, monstros e humanos coexistem em harmonia, dentro e fora das telas.
Assista ao trailer:
Foto de capa: Reprodução DC