‘Sobreviventes – Depois do terremoto’ tenta ser um filme comercial e cult ao mesmo tempo

Tem se tornado cada vez mais comum a chegada de filmes asiáticos aos circuitos ocidentais, o que é excelente. Contudo, nem sempre os estilos devem agradar. Este é o caso do longa ‘Sobreviventes – Depois do terremoto’ que estreou nos cinemas hoje (18). 

O filme gira em torno de uma cidade da Coreia do Sul devastada por um terremoto – que mais parece uma releitura de A Origem (2010) – e que apenas um prédio permaneceu de pé, intacto. Em busca de refúgio, sobreviventes da cidade buscam abrigo no então condomínio. Todavia, os moradores legítimos do espaço não lidarão com isso de forma civilizada. 

Em meio a uma disputa territorial e um debate importante sobre empatia social, o filme se arrasta em suas duas horas de duração, tentando emplacar cenas emocionantes, mas que pouco efeito produz.

A fotografia e os efeitos especiais são excelentes, assim como a entrega do elenco que não decepciona. Porém, a direção não acerta ao tentar concertar alguns desvios do próprio roteiro. 

Embora, a impressão inicial que pode se ter seja que na verdade, apenas o formato ‘não holywoodiano’ é que esteja incomodando, e não a linguagem asiática. Talvez pela falta de consumo de produções do gênero. 

Em todo caso, o filme não emplaca e pouco constrói relações com o espectador, tornando-se raro os momentos de empolgação e ansiedade. O clímax pode até ser premeditado conforme a história avança para o seu terceiro ato, tendo um final que deixa qualquer um no cinema se perguntando: o que foi esse final? 

O que nos leva a refletir sobre o tipo de filme que assistimos. Comercial ou Cult? Não que haja problema em ser um ou outro. A produção traz visual e storytelling comercial, mas tenta se aprofundar em questões sociais, talvez baseadas em vivencias coreanas, porém, ainda sim não consegue trazer esta essência de debate para o centro da questão.

Assim, ‘Sobreviventes – Depois do terremoto’, se torna o primeiro filme oriental que não me agrada em meio a tantos que já me tornei fã. Porém, por ter sido uma experiência exclusivamente pessoal, é importante que aqueles que se interessam no tema, busquem por assisti-lo e tirar suas próprias conclusões. 

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