O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs está no centro de um dos julgamentos mais impactantes do showbiz norte-americano nas últimas décadas. O processo teve início oficialmente nesta semana, em Nova York, e envolve acusações graves que vão de tráfico sexual a conspiração para extorsão, além do uso de sua influência na indústria musical para coagir mulheres por meio de abuso psicológico, físico e sexual.
Segundo os promotores federais, Diddy teria organizado, entre 2004 e 2024, eventos conhecidos como freak offs, onde supostamente envolvia mulheres com drogas, manipulação emocional e, em alguns casos, a presença de trabalhadores do sexo masculinos. Os crimes, ainda de acordo com a acusação, envolvem transporte interestadual com finalidade de prostituição e coercitividade.
O caso ganhou nova força após a divulgação de um vídeo de 2016, no qual o artista aparece agredindo a cantora Cassie Ventura, sua ex-namorada, em um hotel em Los Angeles. A imagem veio à tona após Cassie processá-lo em 2023, alegando anos de abusos. Na ocasião, a ação foi resolvida fora dos tribunais, mas a denúncia impulsionou outras investigações.
Ao todo, quatro mulheres devem depor durante o julgamento, que deve durar pelo menos oito semanas. Diddy nega todas as acusações e rejeitou acordos judiciais antes do início do processo. Caso seja condenado, ele pode pegar décadas de prisão.
A promotoria é liderada por Maurene Comey, filha do ex-diretor do FBI James Comey, e o caso é presidido pelo juiz Arun Subramanian. A defesa de Diddy está a cargo dos advogados Marc Agnifilo e Brian Steel.
Entenda o caso Sean “Diddy” Combs: uma linha do tempo
Novembro de 2023 – Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy, entra com um processo por abuso físico, psicológico e sexual. O caso é encerrado com um acordo entre as partes no dia seguinte.
Dezembro de 2023 – Outras mulheres surgem com acusações semelhantes, e o FBI inicia uma investigação sigilosa.
Março de 2024 – Vídeo de 2016, que mostra Diddy agredindo Cassie em um hotel, é divulgado publicamente, gerando ampla repercussão.
Abril de 2025 – Diddy é detido preventivamente pelas autoridades federais, após confirmação de provas materiais e relatos consistentes de vítimas.
Maio de 2025 – Começa o julgamento do rapper em Nova York. Ele responde por cinco acusações federais e se declara inocente.
O Folhetim Cultural seguirá acompanhando os desdobramentos do caso, que pode marcar um novo capítulo nas discussões sobre abuso de poder na indústria do entretenimento. As informações atuais são do G1.
Foto de capa: Lucas Jackson/Reuters