Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller chegam ao Festival de Curitiba com ‘Brilho Eterno’

O impacto das relações humanas no mundo pós-pandemia ganha destaque no espetáculo “Brilho Eterno”, dirigido por Jorge Farjalla e estrelado por Reynaldo Gianecchini, Tainá Müller, Wilson de Santos, Renata Brás, Fábio Ventura e Tom Karabachian. Aclamada pela crítica e pelo público desde sua estreia em 2022, a peça será apresentada nos dias 29 e 30 de março, no Guairão, como parte da Mostra Lucia Camargo, dentro da programação do 33º Festival de Curitiba.

Inspirado livremente no clássico “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (2004), a montagem presta uma homenagem à obra cinematográfica de Charlie Kaufman e Michel Gondry, trazendo uma nova perspectiva sobre as complexidades dos relacionamentos. O filme, que rendeu o Oscar de Melhor Roteiro Original e contou com as atuações memoráveis de Jim Carrey e Kate Winslet, segue influenciando diferentes formas de arte, sendo recentemente revisitado no videoclipe “We Can’t Be Friends (Wait For Your Love)”, de Ariana Grande.

Uma nova história, uma nova abordagem

Diferente do longa-metragem, a peça não recria a mesma história, mas propõe uma reflexão atualizada e bem-humorada sobre até que ponto as pessoas estão dispostas a enfrentar o sofrimento em nome do amor. A dramaturgia, assinada por André Magalhães e Jorge Farjalla, traz os personagens Jesse e Celine, um casal que lida com a necessidade mútua um do outro, mas sem cair na idealização romântica tradicional.

Com uma narrativa não linear, que mescla presente, passado e devaneios, o espetáculo convida o público a montar seu próprio quebra-cabeças emocional. “O brilho eterno não está na mente, mas no coração. A peça fala sobre esse sentimento que não se apaga”, destaca Reynaldo Gianecchini, que além de protagonizar, também co-produz o projeto ao lado de Marco Griesi (Palco 7 Produções) e Daniella Griesi (Solo Entretenimento).

Reflexões contemporâneas sobre o amor e a identidade feminina

Além da forte carga emocional, a peça se preocupa em atualizar debates sobre os afetos e as mudanças nos valores sociais desde o lançamento do filme, há 20 anos. Para Tainá Müller, o espetáculo revisita temas fundamentais sob uma ótica mais contemporânea, especialmente no que diz respeito à representação feminina. “Era essencial que a personagem feminina tivesse um papel ativo na trama, como sujeito da própria história, e não apenas como um elemento transformador na jornada do protagonista”, analisa a atriz.

O diretor Jorge Farjalla reforça que a peça parte de um ponto de admiração pelo filme original, mas segue seu próprio caminho criativo. “Joel e Clementine servem de espelho para Jesse e Celine porque os personagens da peça também são fascinados pelo filme. Mas, a partir disso, construímos uma nova trama, com personagens e situações inéditas”, explica.

Unindo nostalgia, inovação e uma abordagem sensível sobre o amor e a memória, “Brilho Eterno” promete emocionar o público do Festival de Curitiba, reafirmando sua força como uma das grandes produções do teatro contemporâneo brasileiro.

Sinopse: O que nos faria repensar o conceito de “amor à primeira vista”? Em que momento percebemos que uma relação não deu certo ou mesmo procuramos entender os pontos de interesse em desencontro para salvar o essencial ao animal humano: a troca? Eros, o amor romântico; Ludus, o amor passageiro; Pragma, o amor maduro; Philia, a amizade; Philautia, o próprio; Storge, o amor consanguíneo, e por fim, Ágape, o amor universal.  Seriam variantes de um mesmo tema? Diferentes cepas de uma pandemia? Um sintoma que exige um tratamento pontual ou um mal autoimune que requer cuidados durante toda a sobrevida? Jesse e Celine sentem a necessidade um do outro, de maneiras e intensidades diferentes. Com a detecção de uma incompatibilidade, a necessidade continua sendo o mote da relação do casal, mas não a do amor dependente, cinematográfico e de últimos capítulos. Que o amor gera sofrimento todos sabemos, ao menos aqueles que já amaram, de fato.  O quanto as pessoas estão disponíveis a assumir esses momentos de sofrimento durante a vida? 

Serviço:

BRILHO ETERNO

29 às 20h30 e 30 de março às 19h00

Auditório Bento Munhoz da Rocha – Guairão

Comédia Romântica

Classificação: 12 anos

São Paulo – SP

Duração: 70’

@brilhoeternoteatro 

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