Araribóia, uma figura fundamental para a fundação do Rio de Janeiro e de Niterói, é o centro do espetáculo que o grupo Teatro Meteco apresenta a partir de 6 de setembro de 2024, no Teatro Glauce Rocha. Em “Procurando Araribóia”, os atores Gabriel Vaz, Gabriela Dyminski, Isadora Britto, Maíra e Nelson Gaia, sob a direção de Matías Palma, resgatam a memória cultural e histórica do Brasil pré-colonial, narrando a história pela perspectiva dos povos originários da Guanabara e desconstruindo a narrativa oficial dos colonizadores.
Com uma abordagem satírica e utilizando elementos do Teatro de Animação, a peça se passa no Brasil do século XVI e acompanha a trajetória de Araribóia, desde seu início como um homem comum até se tornar líder de seu povo, enfrentando decisões difíceis em nome da sobrevivência e de suas próprias ambições.
Matías Palma, diretor do espetáculo e chileno radicado em Niterói desde 2006, conta que a escolha de Araribóia como protagonista não foi por acaso. Grande estrategista e guerreiro implacável, ele é um personagem central na fundação do Rio de Janeiro e é considerado o “pai fundador” de Niterói, cidade onde reside a maior parte da equipe do espetáculo. No entanto, esse mito esconde o fato de que Araribóia, ao se tornar um aliado dos colonizadores, acabou se tornando o primeiro anti-herói do Brasil.
“Araribóia é uma figura polêmica, que transita entre dois mundos. Ele se alia aos portugueses por razões políticas. Expulso de suas terras pelos Tamoios, ele adota o cristianismo durante seu convívio com os jesuítas. Mas, no final da vida, percebe que nunca foi plenamente aceito pelos europeus, apesar de ter se afastado de sua cultura original”, explica Palma.
A dramaturgia foi escrita por Matías e pelos atores Gabriel e Isadora, que também são roteiristas de teatro e audiovisual. A peça é fruto de uma extensa pesquisa histórica, desenvolvida em um laboratório de ensaio que começou em 2021.
“Procurando Araribóia” aposta no Teatro de Animação, inspirado no teatro gestual de Jacques Lecoq, que se originou da pantomima clássica francesa combinada com o teatro popular italiano. O diretor confeccionou 26 meias-máscaras para dar vida aos mais de dez personagens da peça, seguindo a tradição da Commedia dell’arte italiana e refletindo arquétipos reconhecíveis da sociedade.
O cenário é composto por uma grande estrutura móvel de madeira, inspirada nas caravelas, que permite a interação dos cinco atores em cena. Projeções inspiradas nas sombras chinesas completam a experiência visual do espetáculo.
Matías Palma (idealizador, autor e diretor):
Ator, cineasta e gestor cultural, nasceu no Chile em 1981 e vive em Niterói, Rio de Janeiro, desde 2006. Formou-se em mime-Theater-Movement na Escola Internacional del Gesto y La Imagen – La Mancha, no Chile, em 2001, e concluiu sua formação em Cinema pela UNESA-RJ em 2009. Em 2002, fundou o Colectivo Teatral Plancton, onde dirigiu e escreveu as peças “El crimen del cura Tato” e “Santo Progreso”, apresentadas em turnês pelo Chile, Peru, Cuba, Espanha, Itália e Turquia.
Como ator, participou de peças como “ANIMALES”, “Malaclase”, “Al Principio”, “Hijos De La Noche”, “Fin De Mundo” e “Ópera Pânica”. No campo audiovisual, dirigiu o longa-metragem “Novembro” (Mirenax 2021) e os documentários “Era uma vez um povoado” (Sagui 2021), “Amazônia INC.” (Levante – Sagui 2017) e “Chile Intercultural” (Sagui 2015), além do curta-metragem “Freio de Emergência” (SAGUI 2017). Também produziu e dirigiu vídeos institucionais, clipes musicais e campanhas de comunicação. Como gestor, produziu eventos diversos, destacando-se na direção de produção do Festival de Teatro de Providencia (Chile) e na gestão do Ponto de Cultura “SEIVA” (Brasil).
Ficha técnica
Direção, Dramaturgia e Idealização: Matías Palma
Roteiro: Matías Palma e Isadora Britto
Assistentes de Roteiro: Gabriel Vaz
Assessoria de Investigação: Fernando Tupinambá
Produção Executiva: Matías Palma
Produção: Afra Arcoverde
Elenco: Gabriel Vaz, Isadora Britto, Maíra, Nelson Gaia e Gabi Dyminski.
Chefe de Palco: Maíra
Direção de Arte: Cris de Lamare
Máscaras: Matías Palma
Cenografia: Silas Pinto, Guga Ferraz e João Marcos Mancha
Figurino: Bruna Lobo
Composição Musical: Gabriel Calderon e Igor Bilheri
Desenho de Iluminação: Matías Palma
Narração e Adaptação para o Tupi: Kaburé Tupinambá e Maíra
Designer Gráfica: Yasmin Lima
Assessoria de Imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha
Projeções, Fotografia e Vídeo: Sagui Films
Produção: Teatro Meteco e Sagui Films
Procurando Araribóia
Temporada: de 6 a 22 de setembro de 2024
Apresentações: sextas e sábados, às 19h. Domingos, às 18h.
Local: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco 179 – Centro. Tel.: 2220 0259)
Ingressos: R$ 15 (meia-entrada para povos originários e classe artística, além das obrigatoriedades por lei) e R$ 30 (inteira)
Funcionamento da bilheteria: de 4ª a domingo, das 14h às 19h
Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos.
Capacidade: plateia inferior – 130 lugares | plateia superior – 72 lugares
Nas redes
Instagram: @teatro_meteco
(Com informações e imagens de Assessoria de Imprensa)
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