Preta Gil: A potência de uma mulher na música brasileira deixa um país órfão

Preta Maria Gadelha Gil Moreira, conhecida como Preta Gil, tornou-se uma potência brasileira na música e infelizmente deixou um país órfão com a sua saída de fininho do mundo e da vida, após uma imensa batalha contra o câncer desde 2023. Hoje (20) foi confirmado o falecimento da cantora.

Preta nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro, filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha. O sucesso já era algo predestinado a ela, devido suas raízes familiares na cultura e arte. Além de seu pai, um grande mestre da cultura popular, Gilberto Gil, Preta também é sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa.

Inicou sua carreira como produtora de vídeos, trabalhando até mesmo na MTV e posteriormente criando sua própria produtora, antes de migrar para os palcos. Em 2002, atuou como backing vocal de Gilberto e foi essa experiência nos palcos que impulsionou sua vontade de seguir carreira solo.

“Prêt‑à Porter” foi o álbum escolhido para sua estreia solo na música em 2003, com influências de samba-funk, pop e axé. Um dos maiores sucessos do trabalho é a musica “Sinais de fogo”, escrito por Ana Carolina. Já em 2005, seu segundo álbum, intitulado de “Preta” foi o que consolidou seu nome como artista solo. A discografia segue para 2012 com o álbum “Sou como sou” e 2017 com “Todas as cores”, celebrando os 15 anos de carreira com repertório bem diverso. 

Seu forte envolvimento com o carnaval, levou a criação do Bloco da Preta em 2009 que rapidamente se tornou um dos principais blocos de Carnaval do Rio, reunindo milhões de foliões e participações de grandes nomes da música. O trabalho alcançou tal magnitude que em 2014, Preta lançou o álbum “Bloco da preta”.

Na TV, Preta também deixou sua marca em novelas como “Agora é que são elas” da TV Globo em 2003 e “Os Mutantes” da Record em 2008. Além de ter participado como jurada e mentora dos programas “MasterChef Brasil” e “The Voice Brasil”. 

Em agosto de 2024, Preta lançou a autobiografia “Preta Gil: Os primeiros 50” que reúne memórias da infância e vida artística, o enfrentamento do câncer e o fim do casamento. Além de relatos sensíveis e reflexivos sobre gordofobia, homofobia, racismo e traumas pessoais.

 

Luta contra a doença

Em janeiro de 2023, Preta foi diagnosticada com câncer colorretal, sendo submetida a cirurgias, radioterapias e quimioterapias, inclusive ileostomia. Ela chegou a anunciar um tempo depois a remissão da doença, contudo, em 2024, a situação se agravou para uma metástase. Em 2025, Preta viajou para os Estados Unidos para tratamentos experimentais em centros como Sloan Kettering, mas não resistiu à doença e faleceu hoje (20).

Preta Gil construiu uma trajetória marcada pela diversidade artística, empoderamento e ativismo. Sua voz rompeu barreiras tanto na música quanto na defesa de causas sociais, consolidando-se como figura influente na cultura brasileira. Agora, com sua partida, o Brasil e sobretudo o Carnaval, não serão mais os mesmos.

 

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