Os Farofeiros 2 consolida o que o cinema nacional tem de melhor

Mais uma vez o cinema é palco de uma comédia brasileira. Embora, com seu clichê do gênero já consolidado no país, ‘Os Farofeiros 2’ traz algumas inovações. Na sequência do sucesso de 2018, Alexandre (Antônio Fragoso), Lima (Maurício Manfrini), Rocha (Charles Paraventi), Diguinho (Nilton Bicudo) e suas famílias ganham uma viagem de férias em um resort baiano paradisíaco, ou pelo menos é o que pensam.

Ao chegarem no local, o grupo é recepcionado por Darci, dona do local que após a pandemia, decaiu e quase fechou as portas. Isso, a obrigou a vender muitos pertences do hotel, como as próprias camas, substituindo-as por redes. Como se não bastasse, Darci é o tipo de pessoa tão ‘natureba’ que os animais podem se apossar do local, sem problema nenhum, mesmo que seja um jacaré.

A vista para o mar é só no panfleto de divulgação, pois a praia mais próxima fica a uma distância incontável que precisa até mesmo de uma van – ou melhor, um pau de arara – para concluir o trajeto. Ao estilo ‘Férias Frustradas’ (2015), a situação do grupo vai piorando a cada minuto.

Ainda, Diguinho (Nilton Bicudo) após a pandemia ficou completamente lunático por limpeza e medo de germes, o que só dificulta toda a convivência, uma vez que não fica sem máscara e carrega o álcool em gel para todos os lugares. O auge é quando o grupo decide ir até um parque aquático, para testar seus próprios limites.

Na nova trama, além da ‘farofagem’, Alexandre precisa retomar a boa relação com os colegas de trabalho que agora o detestam, para que consiga de fato subir de cargo na empresa. Enquanto isso, Rocha precisa lidar com a separação de sua esposa que também é funcionária na empresa e, portanto, viaja junto. Colocando qualquer masculinidade frágil em cheque, a ex-esposa vai provocar os colegas de trabalho ao se relacionar com um homem mais jovem e totalmente padrão.

É claro que a trama não é nova. O roteiro não é muito original no quesito história. Não é o primeiro e nem o último filme de férias frustradas ou com pobres em cena passando vergonha. O que chama atenção mesmo é o rompimento da quarta parede em determinado ponto do filme em que as personagens interagem com uma tela que está passando exatamente a mesma cena no longa.

Além disso, a história é toda contada do ponto de vista dos filhos das famílias, diretamente para diretora do colégio, o que torna as cenas mais engraçadas por ter a visão de crianças. O plot no final é supreendente e deixa uma questão em aberto no filme.

Essa é a volta o cinema nacional em sua essência mais pura da comédia, assim como no longa de ‘Minha Irmã e Eu’ (2023). Já não podemos dizer que o Brasil não produz filmes bons ou de qualidade inferior aos de hollywood. O que diferencia é o apoio e marketing feito, mas em termos de produção, não há diferença gritante, como anos atrás.

⭐⭐⭐⭐

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