Reprodução: Warner Bros
2024 tem sido um ótimo ano para animações, com longas como Divertida Mente 2, Robô Selvagem e Moana 2 sendo grandes sucessos de bilheteria e de crítica. Entre os longas animados deste ano, um dos que mais gerava curiosidade era O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim, um anime no universo da Terra Média dirigido por Kenji Kamiyama e com produção de Peter Jackson. Certamente é uma combinação um tanto inusitada, mas após sair da cabine de imprensa, senti que o longa não só superou as minhas expectativas, como retém muito do DNA que torna os filmes de O Senhor dos Anéis tão especiais.
Ambientado cerca de 200 anos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, o longa narra a história da grande guerra entre os reinos de Rohan e Dunland. Após uma tentativa falha de unir reinos por meio do casamento, Helm Mão-de-Martelo, rei de Rohan, assassina o rei Freca. Buscando vingança pela morte do pai, o príncipe Wulf lidera o exército de Dunland para guerrear contra Rohan. Héra, a princesa de Rohan, deve achar forças para proteger seu reino e lutar contra Wulf.
O aspecto que mais chamou atenção nas prévias do filme é seu estilo de animação em anime, que de fato fica muito bonito em tela. Personagens e cenários são bastante expressivos e detalhados, com uma direção de arte belíssima. Já as cenas de batalha são dinâmicas e bem animadas, com movimentações e lutas bastante fluidas.
Quanto a história, ela é previsível, nada muito diferente de outras histórias de fantasia medieval. Os personagens, no entanto, conseguem se destacar e elevar um pouco a história simples. Héra é uma boa protagonista, provando ser ao mesmo tempo uma guerreira valente e uma princesa com grande compaixão por seu povo, disposta a dar sua vida em batalha para salvá-los. Além disso, um aspecto bastante interessante da personagem é que ela resolve grande parte dos desafios e lutas com sua astúcia e inteligência, ao invés da força bruta, o que foge dos arquétipos de protagonistas em histórias do gênero.
Reprodução: Warner Bros
Outro ótimo personagem é Helm Mão-de-Martelo. O rei de Rohan é um homem forte, honrado e combatente habilidoso, além de um pai protetor e amoroso. O personagem rouba a cena diversas vezes e protagoniza um dos melhores momentos do filme.
Quanto aos demais personagens, apesar de não serem tão explorados no longa, eles tem boas interações com Héra, tornando-os minimamente interessantes e carismáticos. O mesmo não pode ser dito de Wulf, o antagonista do filme, que é apenas mais um vilão que deseja guerra e busca vingança. Ele não chega a ser ruim, só é bastante genérico e sem sal.
Outra crítica que tenho ao filme é em relação a sua duração, ou melhor, na forma em que usa sua duração. O filme tem ao todo 2 horas e 10 minutos, mas senti em muitos momentos em que a história se arrastava em determinadas partes. Talvez se ele fosse um pouco mais conciso, a história ainda seria a mesma e a experiência de assisti-lo seria ainda melhor.
Reprodução: Warner Bros
Um aspecto que os fãs de O Senhor dos Anéis certamente vão gostar é a atmosfera que o filme constroi. Seja pela cenários, os diálogos entre personagens, as batalhas e uso da icônica trilha sonora, o longa transmite a vibe dos filmes originais e a magia da Terra Média. Realmente parece que estamos assistindo a uma autêntica produção de O Senhor dos Anéis, com a única diferença sendo que é uma animação.
No geral, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma boa produção. Apesar de uma história e vilão genéricos e alguns problemas de ritmo, o longa entrega uma belíssima animação, bons personagens e uma atmosfera bastante familiar para os apreciadores da saga. Para fãs das aventuras da Terra Média, histórias de fantasia medieval ou animes, esta é uma animação que certamente irá te entreter.
⭐⭐⭐
Assista ao trailer: