Servindo como adaptação/reboot da clássica série dos anos 80 de mesmo nome, The Fall Guy (conhecida no Brasil como Duro na Queda), em O Dublê acompanhamos a história de Colt Seavers (Ryan Gosling), um talentoso dublê que teve a carreira interrompida após um acidente. Depois de meses de recuperação, ele é convidado a participar da produção de um filme dirigido por sua antiga paixão, Jody Moreno (Emily Blunt). Mas quando o ator principal do filme desaparece, o dublê se vê obrigado a embarcar em uma jornada para encontrar o ator, salvar o filme e recuperar o amor de sua vida.
Antes de ficar conhecido por dirigir e produzir vários filmes de ação, como Trem Bala (2022), Deadpool 2 (2018), Atômica (2017) e a franquia John Wick (2014 – 2023), David Leitch teve uma extensa carreira como dublê e coordenador de dublês. Tendo isso em mente, ficam muito claras as homenagens que o diretor faz a esses profissionais e o importante papel que exercem na produção de filmes, trabalho que raramente é reconhecido.
Seja nas cenas de produção de MetalStorm – filme fictício dirigido por Jody durante a história – ou mesmo nos créditos finais com um compilado dos bastidores das cenas de ação de O Dublê, o longa realmente valoriza a figura do dublê, pessoas que arriscam diariamente suas vidas para, através de seus talentos e da magia do cinema, tornarem o impossível, possível.
E por falar em ação, as sequências do filme são ótimas. Todas são muito criativas, divertidas, bem coreografadas e dirigidas, mostrando as principais forças de Leitch enquanto diretor: a valorização das tomadas de ação – com planos abertos e poucos cortes de câmera para melhor apreciar as coreografias – e a ótima mescla com o humor.
Quanto ao roteiro, por mais que seja bem simples em premissa, ele mais que compensa na execução ao apresentar personagens carismáticos e um filme recheado de piadas metalinguísticas envolvendo o mundo do cinema, seja em tiradas cômicas envolvendo atores e atrizes famosos, o cotidiano e os problemas de uma produção hollywoodiana, a pressão por parte de executivos do estúdio, piadas envolvendo figurinos, uso de efeitos digitais e tantas outras que fizeram a sala toda gargalhar do começo ao fim.
Outro ponto forte do longa é o romance de Colt e Jody, que tem uma ótima dinâmica em tela graças às performances de Gosling e Blunt, trazendo bastante carisma e química aos personagens. O casal é escrito e retratado de tal forma que o espectador compra totalmente a relação dos dois e o porquê eles se gostam, funcionando muito melhor que vários outros casais de filmes de comédia romântica em que os protagonistas não tem compatibilidade alguma e só ficam juntos pois o filme os obriga.
Em resumo, O Dublê é um excelente “filme pipoca”. Trazendo uma história simples e muito divertida, ótimas cenas de ação, piadas muito bem escritas envolvendo a indústria cinematográfica e uma dupla de protagonistas muito carismáticos, este filme é mais um acerto para a carreira de David Leitch e possivelmente seu melhor filme como diretor. Se você busca uma experiência leve e divertida nos cinemas em maio, não deixe de conferir essa produção cheia de ação e coração.