Dez anos depois de Batguano, Tavinho Teixeira retorna com uma obra que amplifica ainda mais o tom ácido e provocador que o consagrou. Em codireção com Fred Benevides, o novo filme propõe uma viagem simbólica por temas urgentes, transformando a estrada em metáfora para os conflitos humanos e sociais.
A trama, que mistura elementos de ficção científica, romance e sátira, parte de uma situação limite: uma peste que atinge inicialmente os homossexuais e depois ameaça toda a sociedade. É um filme que incomoda e questiona, sem buscar respostas fáceis.
Tavinho reafirma seu estilo, livre e ousado. Seus personagens vivem à margem, gritam contra o sistema e encarnam o absurdo como forma de resistência. Fred Benevides, com forte atuação no campo acadêmico e nos festivais internacionais, contribui com uma construção formal que dá corpo ao caos narrativo sem perder a força poética.
Mais do que um filme, a obra funciona como manifesto. Entre o delírio e a denúncia, Tavinho e Benevides entregam um cinema que rompe padrões, provoca o espectador e reafirma a potência do audiovisual brasileiro feito com autonomia, risco e identidade.
Foto de Capa: Reprodução Olhar de Cinema