Reprodução Diamonds Filmes
A famosa franquia de horror gore protagonizado pelo palhaço Art, ‘Terrifier’ ganha um novo capítulo. O terceiro filme da franquia está chegando aos cinemas no dia 31 de outubro, mas seus acontecimentos se passam no natal. Dessa vez, Damien Leone abusa dos efeitos especiais sangrentos, o qual o consagrou na indústria e tenta amarrar todas as pontas soltas das histórias anteriores.
No terceiro longa, agora com mais orçamento para um filme de duas horas de duração, Leone explica em ricos detalhes quem é Art e o que o faz ser ‘imortal’. Entendemos o porque de tantas matanças brutais e apesar de ter um corpo humano, sua mente e espírito não são. Há poderes sobrenaturais envolvendo Art e suas ações. Embora, isso já tenha ficado subentendido nos filmes anteriores, agora somos levados a uma jornada pelo universo sombrio do personagem.
O prólogo do filme já é altamente brutal e bizarro. Conforme o filme avança e nos apresenta as tramas, percebemos que embora os assassinatos sejam bizarros por sua brutalidade, a história não é algo já desconhecido do cinema. ‘It: A coisa’, por exemplo é bem parecido. Pennywise precisa matar para se fortalecer.
Embora tenhamos a resposta para muitas perguntas que surgem nos dois primeiros filmes, o roteiro de Leone não é diferente e inovador. A história não é tão surpreendente, pois os acontecimentos podem ser facilmente previstos pelo público. É quase uma repetição de fórmula básica desse subgênero de terror. O que pode se destacar no roteiro é a construção dos personagens. Nenhum deles é ‘sonso’ ou mau desenvolvido. Em duas horas de filme, Leone consegue trazer a profundidade necessária para cada história, justificando a presença deles na trama principal. Embora há gancho para outros filmes, a história já está bem amarrada, o que descartaria outros longas. Mas é claro que vamos adorar ver Art sendo brutal por longos anos.
Efeitos visuais deveria ser vencedor de Oscar nesse filme. Praticamente sem usar CGI, a produção dá uma aula de como fazer cinema em muitas produções gigantes de Hollywood que adoram recorrer ao computador. Maquiagens comuns, sangue, membros etc. Tudo é muito bem feito e executado nas cenas, chegando a revirar o estomago.
A direção de Leone amadurece nesse terceiro longa e podemos ver o quanto o cineasta evolui nas questões técnicas, principalmente no cuidado com as ações de Art. O personagem está mais brutal, sádico e principalmente debochado. Tal ponto que em certos momentos é impossível não achar engraçado as cenas brutais, pois Art está levando com leveza algo tão sombrio.
David Howard Thornton dá um show de atuação e mostra para DC e Marvel como se faz um verdadeiro vilão sádico sem nada a perder. É impossível desassociar o personagem do ator com tamanhas bizarrices que David se joga em viver durante as cenas. Talvez o que tenha desviado a atenção de Art tenha sido sua comparsa possuída e maquiavélica que chega até mesmo conversar com as vítimas. Não é ruim, mas de fato atrapalhou a experiência bizarra do palhaço. Um dos motivos de deixa-lo tão medonho é seu silêncio com as mimicas. Ou seja, não havia necessidade alguma de uma comparsa para o personagem, afinal, ele por si só já tem uma presença protagonista de peso.
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Fotografia e cenografia são destaques também, pois evoluíram drasticamente comparado aos dois primeiros filmes. A fórmula simples se mantem, mas atende a demanda das cenas e até as torna mais verossímil e próxima da realidade. Os acontecimentos do natal são perpassados pela trama de perseguição e tornam os eventos traumáticos mais emotivos.
Agora, vemos uma franquia saindo do amadorismo cinematográfico e entrando para o setor comercial com qualidade e sem medo de propor. Afinal, o que Leone tem a perder? Já deu certo. Os filmes já são sucessos mundiais. Um fracasso de bilheteria não é impactante para quem já saiu do primeiro degrau. Isso torna tudo melhor, pois não há receio de fazer, de propor.
Terrifier 3 é um filme pesado, é claro, mas que deve ser assistido por todo fã de terror e horror. É sádico em diferentes níveis e pode sim fazer alguém vomitar, mas talvez seja parte da experiência. O longa estreia nos cinemas brasileiros no dia 31 de outubro.
⭐⭐⭐⭐
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