Na exposição “Elizabeth Jobim – O Tempo das Pedras”, uma nova iniciativa do Museu Oscar Niemeyer (MON), os visitantes têm a oportunidade de contemplar diversas décadas de trabalho desta destacada artista visual contemporânea.
A mostra, com curadoria de Taisa Palhares, será inaugurada em 25 de abril, na Sala 3. Mais de cem obras estão em exibição, abrangendo uma variedade de técnicas, como nanquim, grafite ou acrílica sobre papel; óleo sobre tela; tecido e óleo sobre linho costurado; carvão sobre papel e concreto pigmentado, madeira e granito.
“Elizabeth Jobim é uma influência para várias gerações de artistas, e sua exposição no Museu Oscar Niemeyer oferecerá uma visão abrangente de suas produções ao longo de uma trajetória longa e significativa”, observa a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma oportunidade única para apreciar o trabalho de uma das mais importantes artistas do cenário contemporâneo nacional e internacional”, enfatiza.
Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON, descreve: “A subjetividade presente na obra de Elizabeth Jobim nos conduz a uma jornada que engloba desenhos, pinturas, costuras e elementos tridimensionais”. “De maneira poética, sem recorrer às palavras, sua obra nos convida a refletir sobre o tempo e o acaso; ela evoca reflexões profundas”, destaca.
Com dezenas de exposições individuais e participações em coletivas, dentro e fora do Brasil, Elizabeth Jobim possui obras espalhadas pelo mundo. Seus trabalhos estão em coleções públicas de instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), o Museu de Arte do Rio (MAR), a Pinacoteca do Estado de São Paulo e The Bronx Museum of the Arts (Nova Iorque).
Sua trajetória teve início nos idos de 1980, ao participar da histórica exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, no Parque Lage, e segue em curva ascendente até a atualidade. Muitos pontos altos desse caminho podem ser vistos na exposição “O Tempo das Pedras”.
“Meu interesse se orienta em torno de um eixo que é a passagem do espaço para o plano e vice-versa”, explica a artista. “O trabalho parte, nos anos 1980, do desenho de observação de esculturas, que vai reverberar nas grandes instalações com pinturas no espaço, em que o público é envolvido pela cor”, conta Elizabeth Jobim.
Ela informa que, nos blocos, o pigmento se corporifica no espaço, em diálogo com a arquitetura. Na última sala, há uma conversa entre materiais diferentes tanto nas telas costuradas como nas esculturas em granito e cimento pigmentado. “O ‘Tempo das Pedras’ perpassa todo esse percurso, com a escolha certeira da curadora Taisa Palhares”, finaliza.
A artista
Elizabeth Jobim veio ao mundo em 1957, na cidade do Rio de Janeiro. Concluiu seu curso de Comunicação Visual na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1981 e seguiu para Nova Iorque, onde obteve seu mestrado em Artes Plásticas (MFA) pela Escola de Artes Visuais. Em diferentes momentos, compartilhou seus conhecimentos como professora de Desenho e Pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos de 1994 e 2010.
Seu trabalho também se fez presente em diversas exposições coletivas ao longo dos anos. Algumas delas incluem o Salão Nacional de Artes Plásticas no MAM Rio (Rio de Janeiro, 1982/1983), “Como Vai Você, Geração 80?” no Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984), “Rio Hoje” no MAM Rio (Rio de Janeiro, 1989), “Panorama da Arte Atual Brasileira” no MAM (São Paulo, 1990), “Arte Contemporânea Brasileira” na Galeria Nacional de Belas Artes (Pequim, China, 2001), “Caminhos do Contemporâneo – 1952/2002” no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2002), 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005), “Art in Brasil 1950-2011 – Europalia 2011” no Palais des Beaux-Arts (Bruxelas, 2011), “(de)(re)construct” no Bronx Museum of the Arts (Nova Iorque, 2015), e “Mulheres na Coleção” no MAR (Rio de Janeiro, 2018).
Além disso, Jobim também teve exposições individuais notáveis, como “Pinturas e Desenhos” na Galeria Raquel Arnaud (São Paulo, 1997), “Aberturas” no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2006), “Endless Lines” na Lehman College Art Gallery (Nova Iorque, 2008), “Em Azul” na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2010), “Blocos” no MAM Rio (Rio de Janeiro, 2013), “In This Place” na Henrique Faria Fine Art (Nova Iorque, 2017), “Ensaios” na Galeria Raquel Arnaud (São Paulo, 2018), “Jazida” no Museu do Açude (Rio de Janeiro, 2018), “Variações” no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2019), e “Frestas” na Lurixs (Rio de Janeiro, 2019).
SOBRE O MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.
Serviço:
Exposição “Elizabeth Jobim – O Tempo das Pedras”
A partir de 25/4
Sala 3