Reprodução: SEP via Gazeta Esportiva
No universo esportivo, os mascotes desempenham um papel fundamental que vai muito além de um simples símbolo ou figura decorativa. Eles encapsulam a identidade, a cultura e a paixão de equipes, competições e até mesmo nações inteiras. Com seu carisma e expressividade, os mascotes são capazes de cativar torcedores de todas as idades, promovendo eventos, fortalecendo a conexão emocional com o público e, muitas vezes, servindo como elementos centrais de campanhas de marketing e engajamento social.
A história dos mascotes no esporte remonta a séculos atrás, quando times e atletas recorriam a amuletos e símbolos que supostamente traziam sorte e proteção durante as competições. O próprio termo “mascote” tem origem na palavra francesa “mascotte”, popularizada no século XIX por meio de uma ópera cômica que narrava a história de uma jovem considerada um talismã de sorte.
No entanto, foi no século XX que os mascotes começaram a ganhar destaque no cenário esportivo, inicialmente na forma de animais reais que acompanhavam as equipes para inspirar coragem e criar uma identidade visual marcante. Com o tempo, esses animais foram sendo substituídos por personagens fictícios, muitas vezes inspirados na fauna local, em figuras mitológicas ou em elementos culturais representativos.
Um dos momentos mais importantes para a consolidação dos mascotes no esporte aconteceu com os Jogos Olímpicos de 1972, realizados em Munique, na Alemanha. Nessa edição, foi introduzido o primeiro mascote oficial de uma Olimpíada: Waldi, um cão da raça dachshund, conhecido por sua resistência e agilidade, características que simbolizavam os próprios valores olímpicos. Desde então, os mascotes tornaram-se presença obrigatória em todas as edições dos Jogos, cada um representando aspectos únicos da cultura do país anfitrião.
Um dos mais icônicos foi Misha, o simpático urso dos Jogos de Moscou em 1980, que conquistou os corações do público e se tornou um símbolo inesquecível do evento. A presença dos mascotes também se estendeu à Copa do Mundo de Futebol, sendo o primeiro deles o leão Willie, criado para a edição de 1966 na Inglaterra. Desde então, cada Copa apresentou um mascote único, como Fuleco no Brasil em 2014 e La’eeb no Catar em 2022, sempre trazendo elementos da cultura local e mensagens voltadas para a conscientização social e ambiental.
No futebol, os mascotes têm uma importância ainda maior, sendo um dos principais elementos da identidade dos times e de sua interação com os torcedores. No Brasil, por exemplo, diversas equipes adotaram mascotes que simbolizam suas histórias e valores.
O Atlético Mineiro é representado pelo Galo, criado em 1937 pelo cartunista Fernando Pieruccetti, que escolheu o animal por sua bravura e combatividade, características associadas ao espírito do time. Já a Portuguesa tem como mascote a Zebra, cuja origem remonta à década de 1950, quando o treinador Gentil Cardoso usou a expressão “a zebra é a Portuguesa ganhar” para se referir a um resultado improvável. Desde então, a zebra se tornou um símbolo de surpresas e superação no futebol brasileiro.
Além de representarem clubes e competições, os mascotes também exercem um papel essencial no entretenimento e na aproximação do público com o esporte. Em eventos ao redor do mundo, eles interagem com torcedores, participam de ações promocionais e estrelam campanhas publicitárias. Seu impacto também se estende ao público infantil, servindo como instrumentos educativos que promovem valores como respeito, inclusão e espírito esportivo. Em alguns casos, os mascotes tornam-se tão icônicos que transcendem o próprio esporte e passam a fazer parte da cultura popular, aparecendo em programas de TV, brinquedos e materiais escolares.
O avanço da tecnologia e das redes sociais impulsionou ainda mais a relevância dos mascotes esportivos. Hoje, muitos deles possuem perfis próprios em plataformas digitais, onde interagem diretamente com os fãs, participam de desafios virais e reforçam a imagem das equipes que representam. Esse fenômeno é especialmente visível em grandes clubes da Europa e dos Estados Unidos, onde os mascotes não apenas entretêm o público nos estádios, mas também geram milhões de visualizações em vídeos e postagens online.
Em suma, os mascotes no esporte são muito mais do que figuras carismáticas; eles são verdadeiros embaixadores culturais e emocionais, capazes de unir tradição, paixão e identidade em torno do esporte. Com sua capacidade de entreter, representar e inspirar, os mascotes continuam a desempenhar um papel essencial na história das competições esportivas, garantindo que, a cada nova geração, o esporte permaneça vibrante e acessível a todos.