Luz, som e emoção: Curitiba recebe uma das exposições mais sensoriais (e instagramáveis) do ano

Se música é linguagem universal, que atravessa fronteiras, corpos e tempos, a exposição “Solfejo”, em cartaz na CAIXA Cultural Curitiba, eleva essa percepção a uma experiência imersiva. Idealizada pelo artista visual Felippe Moraes, a mostra vai além de falar sobre música, ela nos convida a senti-la com todos os sentidos.  É uma sinfonia visual e conceitual que pulsa ao som do invisível e do interno, fazendo vibrar algo que vai muito além dos ouvidos.

Nas palavras do artista “é uma exposição que fala sobre som e música, mas som e música como uma forma de existir”.

Aberta ao público com entrada gratuita até 21 de setembro de 2025, a exposição apresenta obras que circulam entre instalações interativas, luzes de néon, caixas de luz, fotografias de ondas sonoras e concertos inspirados pelas “músicas dos planetas”. A curadoria é assinada por Marc Pottier, curador do Museu Oscar Niemeyer, e o conjunto expográfico foi pensado como uma arte total, onde design gráfico, iluminação e narrativa se entrelaçam. 

Solfejo-Felipe-Moraes – Divino Maravilhoso – foto Rodolfo Viana

Ao percorrer a exposição, o visitante encontra ambientes que flutuam entre o silêncio e a reverberação. Não há trilha sonora imposta, aqui, o som é matéria-prima. “Solfejo” propõe a música como metáfora do invisível e do sagrado, investigando frequência, vibração, cosmologia e espiritualidade com leveza e profundidade.

Destaques incluem:

  • Samba Exaltação: série com fotografias em backlight e letreiros em néon com versos de sambas históricos, evocando memória afetiva e a presença do samba na cultura brasileira.

  • Solaris Discotecum: instalação que simula a dança dos planetas, com um globo espelhado representando o Sol, uma esfera de chumbo orbitando como Terra e constelações de néon ao redor — um convite literal a dançar com as estrelas.

  • Harmonices Mundi: vídeo com músicos interpretando composições inspiradas por Johannes Kepler, estabelecendo um diálogo entre música, ciência e mitologia.

Solfejo – Felipe Moraes – Não deixe o samba morrer – foto Rodolfo Viana

Interatividade, estética e narrativa coletiva

“Solfejo” não é uma exposição passiva, ela exige movimento, participação e escuta ativa. As obras interagem com quem as visita, convocando o corpo e a percepção a se envolverem nos processos de cor, luz, ritmo e som.

As peças se complementam em uma narrativa visual fluida: desde os neons do samba até a pista cósmica, tudo parece construir uma história onde cada elemento dialoga com o outro, criando uma atmosfera unificada e contemplativa.

Além da experiência estética, a exposição tem a “cereja do bolo” de ser o cenário ideal para fotos, obras impactantes, ambientes imersivos e iluminação precisa transformam o percurso em um espaço criativo para registros visuais.

Em uma era de hiperestímulo, “Solfejo” é um convite à contemplação. As obras pedem presença: desacelerar, escutar o espaço e escutar a si. É uma experiência que ressignifica o que escutamos e percebemos como música – lembrando que o silêncio, o ritmo espacial e a vibração também podem ser música.

Felippe Moraes – Não deixe o samba acabar

Quem é Felippe Moraes?

Felippe Moraes (Rio de Janeiro, 1988) é artista visual, pesquisador e curador independente, com mestrado em Fine Art pela University of Northampton e doutorado em andamento em Arte Contemporânea na Universidade de Coimbra. Sua trajetória inclui exposições internacionais e reflexões sobre mitologia, espiritualidade, ciência e ancestralidade como formas de reencantar o mundo.

Exposição: Solfejo – Felippe Moraes
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Galeria Mezanino, Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro
Período: 16 de julho a 21 de setembro de 2025
Horário: Terça a sábado, das 10h às 20h | Domingos e feriados, das 10h às 19h
Entrada: Gratuita
Acessibilidade: Sim, livre para todas as idades
Curadoria: Marc Pottier (Museu Oscar Niemeyer)

Foto de capa: Solfejo – Felipe Moraes – Solaris Discotecum – foto Rodolfo Viana

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