“Grande Sertão”, a obra cinematográfica inspirada no clássico de Guimarães Rosa

Baseado no romance “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, o filme produzido pela Paranoid Filmes em coprodução com a Globo Filmes, adapta a clássica história de Guimarães Rosa, trazendo-a para a atualidade, mostrando a vivência da periferia urbana e os constantes confrontos com a policia.

O filme é poesia pura, textos complexos e profundos são frequentes durante todo ele. O longa se passa num futuro próximo, em uma periferia chamada “Grande Sertão”, onde os dois protagonistas Diadorim (Luisa Arraes) e Riobaldo (Caio Blat) se encontram durante a infância, onde acabam tendo apenas uma breve conversa e se desencontrando. Levando vidas diferentes, após muitos anos, os dois se encontram e Riobaldo, que até o momento era professor, perdido pela paixão e consumido pela raiva do mundo em que vive, se junta ao seu amigo para o mundo do crime (eu não os denominaria criminosos e sim rebeldes, pois são pessoas revoltadas com a situação atual em que vivem). 

Li algumas reclamações a respeito, que dizem terem estragado o clássico, principalmente por trazer esse mesmo local de diversos filmes: a favela do Rio do Janeiro. Em momento algum se deixa claro que o filme se passe no Rio de Janeiro, ou em qualquer outra cidade. Eu imagino a periferia Grande Sertão sendo um lugar distópico, que não existe.

Outra coisa que me encanta nesse longa é a beleza de todas as cenas. Os cenários e efeitos gráficos são maravilhosos e a atuação é de se orgulhar de nosso país. Eu consegui visualizar esse filme sendo apresentado nos palcos de um grande teatro, pois as atuações não eram “naturais”, algo que se espera de produções audiovisuais, elas eram exageradas, eram grandes, eram belíssimas de se assistir. 

Em resumo, esse filme trás o que o Brasil tem de melhor: a ARTE e o amor que sentimos por ela. Pois “Grande Sertão” não é apenas um filme qualquer de qualidade duvidosa, ele é o passado, o presente e futuro – uma história escrita no passado, com problemas atuais, que se passa em um futuro não tão distante – nos fazendo refletir sobre tudo que passamos e ainda vamos passar.

Por fim, deixo aqui uma frase dita no filme que me tocou bastante e que o resume em curtas palavras: 

“O diabo não existe, o que existe é o homem humano”.

About The Author