Reprodução Prefeitura Municipal de Baepend
Tradição de acender fogueiras durante os festejos juninos reúne elementos da cultura popular, da religiosidade e da celebração da natureza e da vida
A fogueira é um dos símbolos mais importantes da Festa Julina, representando a alegria, fé e fartura. Na tradição católica, a fogueira data ao nascimento de João Batista, sendo acesa por Isabel, sua mãe, a fim de anunciar o nascimento de seu filho. Em algumas culturas, acredita-se que acender as fogueiras está associada às práticas pagãs europeias como forma de purificar, afastando energias negativas e maus espíritos a fim de garantir uma boa colheita.
Na casa de Dona Maria do Carmo Camacho dos Santos (conhecida por Cacá), em Pojuca – uma pequena e acolhedora cidade que fica a 72km de Salvador, a tradição de acender a fogueira na porta de casa já perpassa mais 50 anos atravessando a quarta geração. Todos os anos a família se reúne ao redor da fogueira para contar histórias, ouvir música e degustar as deliciosas comidas típicas.

Em janeiro deste ano eles passaram por uma grande perda, mas apesar disso, mantiveram a tradição como forma de perpetuar a cultura e homenagear o patriarca da família, Sr. Arivaldo Nunes dos Santos. “Às vezes as pessoas falam para não colocar a fogueira e isso, infelizmente vai acabando com a tradição. É importante dar continuidade a esta cultura nas ruas e entre as famílias. Além de ser um momento para guardar na memória, estar com amigos reunidos, dançar, agradecer e celebrar a vida”, disse Dona Cacá.

Se tem uma coisa que o povo nordestino entende é de comida gostosa. As mesas fartas, onde nesta época o milho é o protagonista, são oferecidas comidas e bebidas típicas para os familiares e aos visitantes que fazem parte do convívio social e afetivo dos donos da casa.

