Os festivais de música estão deixando de ser apenas eventos de shows para se tornarem experiências imersivas e multissensoriais, integrando arte, tecnologia e um forte senso de comunidade. Mais do que assistir a apresentações, o público agora é convidado a viver a arte, participar, interagir e cocriar.
A arte interativa desempenha papel central nesse novo formato. Ao convidar o público a interagir com as obras, transforma o espectador em parte ativa do processo criativo. Essa integração reflete a relação cada vez mais estreita entre o ser humano e as tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial, que redefine a própria noção de expressão artística.
Como destacou o cientista brasileiro Arlindo Machado (1949–2020) em Arte e mídia (2007), “a arte atual está dentro de um contexto de transformação da representação artística através da produção midiática, do fazer arte nas mídias ou com as mídias”. Essa visão antecipa o movimento atual, em que os festivais se tornam laboratórios vivos da arte tecnológica.
O uso de tecnologias sensoriais, como som 3D, realidade aumentada, mapeamento de vídeo, sistemas ópticos e iluminação sincronizada, cria experiências que envolvem todos os sentidos. Festivais como o Tomorrowland exemplificam essa tendência ao investir em cenários temáticos grandiosos e efeitos visuais que transportam o público para mundos de fantasia.
Além das atrações musicais, as marcas patrocinadoras também contribuem para essa imersão, oferecendo atividades interativas e estandes sensoriais, substituindo a publicidade tradicional por experiências genuínas de conexão com o público.
Esses eventos funcionam como plataformas de expressão artística, intercâmbio cultural e coesão social, atraindo públicos diversos e reforçando o papel dos festivais na era digital. Mais do que entretenimento, eles se tornaram catalisadores de transformação, onde a arte, a tecnologia e a emoção humana se encontram para criar novas formas de viver e sentir a música.
Foto de Capa: Tomorrowland 2023 | Divulgação
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