O filme aborda o delicado tema da violência contra as mulheres
A Partir da criação de um paralelo entre a violência vivenciada por duas personagens de realidades distintas, o filme nos conduz, em sua narrativa, a duas realidades distintas, vividas por duas mulheres, em uma mesma cidade, mas que acabam vítimas de crimes parecidos.
A Atriz Ellie Bamber (Animais Noturnos, Willow), dá vida à Mary, uma “gringa” morando no Rio de Janeiro que sofre um sequestro relâmpago com o namorado, interpretado pelo ator James Frecheville (Animal Kingdom, Peaky Blinders), enfrentando uma noite de terror sob o controle de seus algozes dentro de uma Van que circula pela cidade. Em paralelo temos a história de uma jovem ativista negra, Miriam, interpretada por Mari Oliveira (Mate-me por Favor, Medusa), lidando com as investidas de Azevedo (Augusto Madeira), um político corrupto que além de querer se promover perante a comunidade local a partir do trabalho social coordenado pela jovem, também a assedia insistentemente.
Em Vidro Fumê, fatos e uma história ficcional compõem um retrato de como aspectos sociais e raciais ainda constituem fatores de diferenciação entre as vítimas e a atenção que recebem do poder público e da mídia.
O longa de Pedro Varela, encontrou dificuldades em sua execução, pois suas filmagens iniciaram um pouco antes do lockdown, imposto pela Covid. O projeto só foi retomado dois anos depois. “O filme nasceu como a anatomia de um crime”, diz o diretor Pedro Varela, “…entretanto, com as gravações iniciadas antes da Covid e o hiato gerado até que a segunda etapa de filmagens fosse possível, a história ganhou novos rumos com o fortalecimento de personagens até então secundários e o que suas vozes representam.”