BTS
Estilo musical coreano envolvente por sua batida que mistura vários ritmos
Se você passa pelo menos alguns minutos do seu dia em alguma rede social, é possível que tenha se deparado incontáveis vezes com conteúdo que envolvam k-pop e artistas do pop sul-coreano – mesmo sem saber disso. Para se ter uma ideia, só no Twitter foram 7,8 bilhões de tweets relacionados ao gênero musical em 2021. Grande parte deles, inclusive, saíram do Brasil. O país é o oitavo que mais fala sobre o gênero musical.
No YouTube, o K-pop também tem números surpreendentes. Por lá, o vídeo musical mais visto em 24 horas também é Dynamite, do BTS. Em um dia, o clipe alcançou mais de 101 milhões de visualizações. Aliás, a lista dos 10 vídeos que mais tiveram reproduções nas primeiras 24 horas é dominada por atos sul-coreanos. Entre os 10 artistas, apenas Taylor Swift não está incluída na categoria k-pop. A norte-americana ocupa a 9ª posição, as outras oito variam entre o BTS e o Blackpink (a integrante Lisa, que lançou um EP em 2021, também figura na lista). Nos reels do Instagram, vídeos do TikTok também não é difícil achar inúmeras pessoas repetindo as coreografias das canções de sucesso dos grupos ou solistas de K-pop.
O que é k-pop?
O k-pop pode ser definido como a música popular sul-coreana. É um estilo de música pop que engloba diferentes estilos musicais, criando algo único. No livro “Idol: From H.O.T. to Girls’ Generation, Cultural Report on Idol”, o professor da Universidade Nacional Coreana de Artes, Lee Dong-Yeon explica que, apesar de pegar emprestado estilos como o hip-hop norte-americano e até mesmo a música eletrônica europeia, o K-pop não os copia, mas cria um tipo de música “mutante”.
É possível identificar diferentes estilos em hits de K-pop, desde o rock das canções do Dreamcatcher como “Scream”, “Deja Vu” ou o lançamento mais recente “Maison” até o um pouquinho de latinidade e bossa nova em “Alcohol Free” do Twice. Há também a pegada contagiante do disco em “Dynamite” do BTS. O grupo também é forte no hip-hop com os rappers RM, J-Hope e Suga.
Como surgiu o K-pop?
O k-pop, como é conhecido hoje, ganhou força no início dos anos 1990, com a estreia do Seo Taiji & Boys em um programa de TV para novos artistas. Apesar de terem conquistado a pior nota da história do programa, a música do trio “Nan Arayo (I Know)” fez muito sucesso, principalmente entre o público mais jovem.
Por que o K-pop faz tanto sucesso?
Refrões que grudam na cabeça, batidas contagiantes, coreografias poderosas e videoclipes super produzidos já parecem motivos suficientes para justificarem o sucesso do gênero, mas o K-pop vai além. A expertise em usar o universo digital também é um ponto que corrobora para o êxito do estilo, pontua a jornalista e sócia da produtora especializada em artistas asiáticos Highway Star, Laiza Kertscher. “O K-pop sabe usar muito bem as ferramentas digitais e circular bem nas redes sociais. Além do estilo de música ser muito cativante, ele também convida o público a participar através de coreografias, tanto que é sempre muito comum ver fãs fazendo covers. A forma como os artistas se apresenta, sempre de maneira carinhosa, também torna tudo muito interessante”, destaca.
Ela ressalta também a forma como a indústria do k-pop sempre instiga o público a fazer parte do sistema. “Você quer ver o clipe porque é interessante, quer comprar os discos pelos itens colecionáveis que fazem parte deles. É sempre criado um movimento de interesse”, afirma.
Há casos de grupos que existem em um universo próprio com narrativas contadas através de videoclipes, músicas e discos. Exemplo disso é o Loona e o Loonaverse. O BTS também possui uma narrativa própria, assim como o Red Velvet, outros expoentes de sucesso do gênero.
Além disso, a maioria dos grupos está sempre lançando algo novo. Os chamados comebacks – que são os novos lançamentos – são constantes e mantém os fãs sempre com novidades e ávidos por coisas novas.

Como os grupos de k-pop são formados?
Outro fator que reforça o sucesso do k-pop é a estrutura que há por trás dos artistas. Para se tornar um idol – como são denominados os integrantes ou solistas de k-pop – são necessários anos de treinamento e uma intensa competição.
Primeiramente, cada aspirante a idol é selecionado por meio de audições que podem acontecer até mesmo em programas de televisão. Quando um jovem é selecionado por uma empresa, ele se torna um trainee. A partir desse momento, iniciam-se os treinamentos em dança, canto, habilidades em línguas estrangeiras, condicionamento físico e até mesmo teatro. Durante esse período, os trainees também competem entre si, os vencedores dessa maratona assinam contrato com as empresas e podem, enfim, estrear na indústria.
A explosão do ritmo não é apenas uma tendência passageira. Ela representa a globalização da cultura, a capacidade de uma nação de compartilhar sua arte e valores com o mundo. Para muitos brasileiros, o genêro musical é mais do que música; é uma forma de conexão e compreensão de uma cultura diferente.
O Kpop é uma onda que veio para ficar. Ele capturou os corações de milhões ao redor do globo, mostrando que a música realmente não tem fronteiras.