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Baseado no livro homônimo de Robert Harris, Conclave é o novo longa do diretor suíço, Edward Berger. Berger é responsável por um dos filmes que mais me impactaram e fizeram refletir nos últimos anos, Nada de Novo no Front (2022), e ao ouvir as notícias de seu mais novo filme e toda a repercussão que vem recebendo na temporada de premiações, meu interesse com Conclave só aumentou. Ao sair da sessão, fico feliz em dizer que o filme não decepcionou.
Após a morte do papa, Thomas Lawrence (Ralph Fiennes) é um dos cardeais responsáveis por organizar o conclave que irá eleger o novo papa. Entretanto, o que deveria ser uma simples votação, rapidamente se revela uma complexa teia de intrigas e disputas pelo poder e controle da Igreja Católica.
Definitivamente aquele que é o ponto mais forte do filme é a sua trama. Peter Straughan consegue em seu roteiro apresentar muito bem as diferentes facções da Igreja que disputam pelo papado, os conflitos do conclave e os jogadores que estão inseridos neste jogo de xadrez. A história é bem cadenciada e repleta de boas reviravoltas.
Outro aspecto bastante positivo do longa é o fator de imersão que ele proporciona ao espectador. Diversas vezes ao longo do filme, é citado como os cardeais devem ser mantidos em isolamento do resto da sociedade para que isso não possa interferir na votação. Essa imersão é proporcionada justamente pelo ótimo trabalho de fotografia e design de produção do filme.
Existem vários enquadramentos que vendem a ideia de reclusão, claustrofobia e tensões crescentes à medida que as votações avançam. Já o design de produção, é meticuloso ao retratar os ambientes de votação, vestimentas e adereços usados pelos cardeais, tornando a experiência muito mais autêntica e imersiva.
E por falar em tensão, a trilha é um dos componentes que mais auxilia nesta construção. Volker Bertelmann, premiado compositor que já trabalhou com Berger em Nada de Novo no Front, retorna para Conclave com uma trilha sonora que se encaixa bastante com o tom de mistério e drama do filme.
Quanto às atuações, Ralph Fiennes nos entrega um bom protagonista, ao mostrar um cardeal vetereno que se vê desacreditado na Igreja e os membros que a compõem. O filme levanta para discussão temas interessantes e um tanto ácidos como a sede de poder e como a Igreja enquanto instituição, é um instrumento de manipulação e controle político/social.
Em resumo, Conclave é um ótimo filme e uma recomendação certeira para você que gosta de thrillers políticos e histórias que abordam a Igreja Católica. Apesar de não ser tão bom quanto Nada de Novo Front, Conclave é mais um acerto para a filmografia de Edward Berger.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
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