A Broadway, localizada em Nova Iorque, é um dos centros mais famosos de entretenimento teatral do mundo. Sua história remonta aos séculos XVIII e XIX, quando as primeiras peças começaram a ser encenadas. Inicialmente, os teatros enfrentaram desafios como a popularização do cinema falado e a crise de 1929. Esses espetáculos combinavam comédia e números musicais, sem uma narrativa central, e foram fundamentais para o surgimento do teatro musical.
A Broadway se consolidou como um grande centro de espetáculos teatrais ao longo do século XX, especialmente após a superação da crise econômica da Grande Depressão. Musicais como “Oklahoma!” e “The Sound of Music” ajudaram a estabelecer a Broadway como uma verdadeira indústria de entretenimento.
A Importância da Broadway para Nova Iorque
Em nova Iorque, temos um grande emaranhado de largas avenidas que pulsam a vida dessa cidade, que é considerada uma das imponentes metrópoles do mundo. Cravada no coração da Times Square, a Broadway congrega um grupo de 41 teatros, que comportam no mínimo 500 pessoas em suas plateias, são centenas de peças e musicais encenados anualmente, que movimentam em torno de U$ 2 bilhões de dólares ao ano, com uma plateia estimada na casa dos milhões de pessoas.
A Indústria do espetáculo, além de fazer da cidade uma das capitais culturais do mundo, também foi essencial para recuperação de Nova Iorque em diversos momentos de dificuldades. Na crise de 1929, teve papel central na recuperação da cidade, nas diversas mudanças sociais e culturais das décadas seguintes, na revitalização da Times Square nos anos 1990 e na recuperação após o ataque de 11 de setembro.
O Surgimento da indústria do espetáculo
No passado, a região era dividida em pequenas fazendas pertencentes à meia dúzia de famílias, o que possibilitou a compra e construção de grandes propriedades com custos baixos. Desde meados de 1800, a presença de uma forte vida teatral em NY já era registrada, mesmo período no qual a cidade começou a atrair imigrantes do mundo todo. Nessa época, as principais atividades econômicas e sociais estavam localizadas no sul da ilha de Manhattan e os teatros, espalhados na região próxima à Union Square, o então ponto central da cidade. A mudança para Midtown, onde se encontra hoje, ocorreu gradualmente, conforme a cidade crescia.
Os formatos dos shows de variedades Music Halls (de origem britânica, populares entre 1850 e 1960) e Vaudeville (predominantes nos EUA e no Canadá entre 1880 e 1930) foram o pontapé para o surgimento do teatro musical. Os espetáculos Burlescos, as Óperas e os dramas Shakespearianos comandavam os palcos.
Paralelamente ao Vaudeville, no Harlem, a comunidade afrodescendente criava a própria versão do movimento cultural na Cotton Club, que lançou os principais nomes do jazz. Principalmente em NY, a barreira social e racial não impedia que os compositores e artistas dos diferentes públicos assistissem e inspirassem uns aos outros. E foi assim que, em dezembro de 1927, estreou o primeiro espetáculo de narrativa completa onde a música fazia parte da história, o Show Boat, o início de um novo formato de arte.
Outra curiosidade que também contribuiu para o nascimento do teatro musical foi o quarteirão batizado de Tin Pan Alley, localizado na 28th Street, entre a 6th Street e a Broadway. Lá existiam diversos edifícios que literalmente vendiam música para o que fosse necessário. Cada compositor tinha uma pequena sala na qual criava as mais diversas melodias e letras para a necessidade de seus clientes, e o custo das canções originais era baixíssimo. Nunca se viu tanta genialidade reunida em um só quadra. Nessas ruas, saíram os principais nomes da música que marcaram os anos 1930, 1940 e 1950.
Os anos 1940 e 1950 são conhecidos como a Era Dourada dos musicais, tanto nos palcos quanto no cinema. As produções eram grandiosas e traziam histórias realmente americanas, o que tornou a linguagem teatral mais acessível e significativa ao público.
Clássicos eternos da Broadway
O primeiro musical a ganhar espaço veio de fora, quando um conjunto de artistas ingleses realizou a apresentação de “The Elves”. Em 1866, “The Black Crook” contou com um suntuoso orçamento de U$ 25 mil dólares, uma grande quantia para época. O tema político-social só apareceu naqueles palcos após a Grande Depressão, quando em 1935, a ópera “Porgy and Bess” narrava a história de negros pobres que viviam no sul dos EUA.
A produção “Oklahoma”, de 1943, estabeleceu o recorde de duas mil apresentações. “South Pacific” e “Carrossel” retratavam muito da realidade americana, com uma linguagem popular, o que ajudou a popularizar os espetáculos. “The Sound of Music”, de 1959, ganhou diferentes versões no mundo inteiro. Com tamanho sucesso, em 1965, ganhou sua versão no cinema e alcançou as telas do mundo inteiro, chegando ao Brasil com o imortal título “A Noviça Rebelde”.
Nas décadas seguintes, a Broadway começa a se transformar em uma verdadeira indústria de espetáculos buscada por espectadores do mundo inteiro. Nas décadas de 1970 e1980, “Cabaret”, “Hair”, “West Side Story”. Com “Cats”, espetáculo inspirado no poema de T.S.Eliot e o “Fantasma da Ópera” quebraram vários recordes de bilheteria, ganharam prêmios e versões em vários países. Nessa década, o Tony Awards se transformou na premiação mais cobiçada por todas as peças que abarrotavam aquelas agitadas avenidas. A dança se tornou mais relevante com o passar dos anos. Seu verdadeiro destaque veio com as produções, “Pippin” e “A Chorus Line”.
Megaproduções se concretizaram de fato como o normal da Broadway. Espetáculos como, “Les Misérables”, “Miss Saigon”, “A Bela e a Fera”.
A chegada da Disney ajudou a mudar a cara das ruas da Broadway, trazendo mais segurança e limpeza para região.
A Broadway tem uma busca eterna de renovação de seu público. Os espetáculos estão cada vez mais modernos e tecnológicos. Se no começo, os grandes espetáculos da Broadway viravam filmes, hoje, muitos dos grandes efeitos do cinema estão sendo utilizados nos espetáculos.