O novo longa de Eli Roth (Feriado Sangrento), Borderlands: O Destino do Universo está em jogo, chega aos cinemas nesta quinta (08). Somos apresentados a uma história de luta, coragem, comédia e muita ação. Entre explosões e momentos cômicos, somos abduzidos pelo universo que o filme se propõe e a cada vez mais, fazermos parte daquelas emoções.
Lilith, uma caçadora de recompensas traz o clássico herói já tão calejado. Poderosa, fria e indiferente pelas dificuldades que enfrentou na vida, mata qualquer um no seu caminho sem puder nenhum. Seu caminho se topa com um milionário, cientista e excêntrico, Atlas, que oferece uma recompensa, caso ela encontre sua filha, Tina, no planeta de Pandora.
Sem desejo nenhum de voltar a um planeta que lhe traz más lembranças, mas não podendo recusar uma oferta tão alta, Lilith aceita a missão. Uma vez pousando em Pandora – o que não é um problema, já que viagens interplanetárias não é uma questão – a caçadora inicia sua busca. Em uma noite no deserto, O android, ao estilo Wall-e, Claptrap, a encontra para ser seu ajudante pessoal.
Assim, após buscas mínimas, Lilith se encontra com Tina, que não está sozinha. Com ela está um grupo de fugitivos que buscam pela Arca, um utensílio capaz de entregar grandes poderes a quem for predestinado. O que mais tarde, descobrimos ser o real motivo de Atlas estar à procura de Tina.
A HISTÓRIA
O roteiro não é original. Dois grupos rivais, buscando por um objeto ou chave de portal, para um grande poder. Os personagens já tão característicos e esteriotipados mostram que Hollywood de fato não sabe o que é originalidade há muito tempo. Contudo, isso não o torna um filme ruim.
É claro que não é novidade para quem acompanha cinema que isso vem acontecendo. Filmes que são mais do mesmo, mas afinal, qual o problema? A Marvel vem fazendo isso há anos e lucrando bilhões. Porque a Lionsgate também não poderia?
A medida que somos apresentados a este novo universo, podemos ver que não é tão copia/cola, por assim dizer. A fórmula da ficção científica é a mesma: planetas habitados, ultra tecnologia que permite uma viagem rápida, como se fosse apenas de um lado ao outro de uma cidade, monstros estranhos em desertos ou florestas etc. Nada distante do que Duna já não nos apresenta.
O que talvez seja um ponto interessante a destacar, seja a semelhança com Mad Max. Os “Psicopatas” se parecem muito com os moradoras das vilas daquele enorme deserto em que vemos uma batalha épica pela sobrevivência de Max.
Em Borderlands, o roteiro não deixa a peteca cair, o que é muito bom, mesmo para um filme curto de noventa minutos. São poucos os momentos são ação ou comédia. Se você não está tenso na poltrona, vendo explosões acontecendo, com certeza estará rindo das piadas de Claptrap. Assim, o tempo na sala de cinema passa sem ser notado (o que Duna, não consegue por exemplo).
Cate Blanchett na pele de Lilith, consegue entregar uma atuação impecável durante o arco dramático da protagonista, assim como sua ascensão no final, ao ser apresentado o plot do filme. Jamie Lee Curtis foi uma descoberta no elenco, pois nos é apresentada como uma personagem sem tanta relevância para a história, contudo, vai ganhando tempo de tela e importância para os pontos de virada a medida que o roteiro avança.
Os efeitos especiais são excelentes e dignos de um filme deste padrão, mas me fez pensar até que ponto foram utilizadas técnicas padrões ou IAs para criar os universos e as cenas. A fotografia também brinca com as cenas e traz a emoção que cada momento carrega. Afinal, quantos longas de cenas emocionantes e fotografias rasas?
Jack Black na voz de Claptrap é sensacional. Nos faz sentir apego emocional pelo robozinho, logo de cara. Como se quiséssemos ter um desses em casa.
De qualquer maneira, ver Borderlands me trouxe a sensação de estar assistindo a um filme “Tela Quente”. É bom, mas não apresenta nada do que já não tenhamos visto em outros longas. É claro que talvez esta não tenha sido a proposta de Roth. Muitos cineastas querem apenas “fazer filme” ao invés de trazer algo novo e mega inteligente (novamente, a Marvel está aí para provar).
Gostaria de ver uma continuação? Sim, pois filmes como esse são divertidos para se ver em amigos. Muitas vezes a única coisa que precisamos é um roteiro comum, com personagens estereotipados e histórias que já sabemos como termina. Afinal, isso é showbusiness.
⭐⭐⭐⭐