Avatar: Um mergulho no legado que redefiniu Pandora

CONTEM SPOILER DE AVATAR E AVATAR: CAMINHO DE ÁGUA

Pandora voltou ao centro das atenções. Às vésperas de uma nova fase da franquia Avatar, revisitamos os dois primeiros filmes de James Cameron, que transformaram o cinema em espetáculo tecnológico e narrativo ao apresentar a luta dos Na’vi contra a exploração humana. Da chegada de Jake Sully à floresta bioluminescente à epopeia marinha do clã Metkayina, os longas marcaram uma década de expansão do universo de Pandora — e suas feridas abertas seguem reverberando.

A gênese do conflito: a chegada dos humanos a Pandora

O primeiro Avatar (2009) apresenta Pandora, lua exuberante e perigosa, rica no minério unobtânio. A exploração conduzida pela RDA (Resource Development Administration) coloca em risco o equilíbrio natural e espiritual dos Na’vi, povo azul de forte ligação com Eywa, a deusa que rege toda a vida do planeta.

Para adaptar-se ao ambiente tóxico, humanos utilizam corpos híbridos — os avatares — que permitem contato direto com os nativos. É nesse cenário que Jake Sully, ex-fuzileiro paraplégico, assume a missão de operar o avatar originalmente criado para seu irmão gêmeo falecido. Recrutado pelo Coronel Miles Quaritch, Jake tem como promessa uma cirurgia para recuperar os movimentos das pernas em troca de informações estratégicas sobre os Na’vi.

Guiado pela Dra. Grace Augustine, defensora do diálogo com os clãs, Jake descobre uma Pandora que vai além do interesse militar. Salvo por Neytiri e recebido pelo clã Omaticaya, ele é iniciado nos costumes, rituais e crenças do povo azul. A imersão transforma sua percepção e também sua lealdade.

Entre treinos, caçadas e o florescer de um romance com Neytiri, Jake passa a questionar sua missão. Dividido entre ordens humanas e a vida plena que encontra em seu corpo-avatar, ele vê o conflito se intensificar conforme a RDA avança sobre o território sagrado dos Omaticaya.

 

A guerra pela Árvore-Lar e a queda de Quaritch

Reprodução: Avatar (20th Century Fox)

A tensão explode quando Jake revela que os humanos planejam destruir a Árvore-Lar para extrair o unobtânio. A ofensiva militar liderada por Quaritch reduz o lar dos Omaticaya a ruínas e provoca a morte de líderes do clã. Mesmo desmascarado como espião, Jake retorna a Pandora pronto para lutar: captura o lendário Toruk e une os clãs para o combate final.

A batalha, apoiada pela força espiritual de Eywa, culmina no confronto direto entre Jake e Quaritch — encerrado quando Neytiri mata o coronel. Vitoriosos, os Na’vi expulsam a maior parte da RDA, e Jake realiza a transferência definitiva de sua consciência para o avatar, tornando-se o novo líder Omaticaya.

 

A nova era de Pandora: a jornada marinha em O Caminho da Água

Mis de uma década depois, Avatar: O Caminho da Água (2022) retoma a história com Jake Sully consolidado como líder dos Omaticaya e pai de uma grande família ao lado de Neytiri. A tranquilidade é quebrada com o retorno da RDA, agora focada em colonizar Pandora, já que a Terra está em colapso.

O inimigo também retorna, literalmente. A memória de Quaritch foi transferida para um Avatar Recombinante, ressuscitando sua caçada pessoal contra Jake.

Para proteger o clã, Jake decide abandonar a floresta e buscar refúgio com os Metkayina, povo marinho de cultura, fisiologia e espiritualidade próprias. Entre mergulhos, domesticação de criaturas oceânicas e novos vínculos, a família Sully precisa aprender o “Caminho da Água”, enquanto enfrenta tensões internas — sobretudo entre Lo’ak, rebelde e emocional, e Neteyam, o primogênito exemplar.

O jovem Lo’ak desenvolve uma relação com Payakan, um Tulkun renegado, elemento central para sua jornada e para os eventos que seguem.

A paz dos arrecifes é rompida quando Quaritch alia-se a caçadores que exploram os Tulkun para extrair Amrita, substância de valor incalculável capaz de interromper o envelhecimento humano. A perseguição leva a um confronto monumental nas águas dos Metkayina.

O ataque ao navio baleeiro desencadeia uma das batalhas mais intensas da franquia, marcada pela morte de Neteyam, que transforma o filme em uma narrativa de luto e amadurecimento para toda a família Sully.

Embora derrotado novamente por Jake, Quaritch é salvo da morte pelo próprio filho, Spider — que, ainda assim, decide retornar aos Sully.

 

Uma nova casa, um novo propósito

Reprodução: Avatar (20th Century Fox)

Ao final, a família enterra Neteyam e é finalmente acolhida como parte do clã Metkayina. Jake reconhece que não pode mais fugir: a guerra o seguirá onde quer que vá. A jornada pelo mar marca não só um novo lar, mas também um novo capítulo na resistência contra o avanço humano.

Entre a luta pela floresta e a sobrevivência nos arrecifes, Avatar segue expandindo um universo visual e espiritual vibrante, guiado por temas urgentes sobre colonização, meio ambiente e pertencimento. Duas histórias interligadas por um protagonista dividido, um povo resiliente e a certeza de que a batalha por Pandora está longe de acabar.

“Avatar: Fogo e Cinza” chega aos cinemas em 18 de dezembro de 2025 e já está em pré-venda no Imax. Apoiadores do Folhetim Cultural garantem meia-entrada em ingressos. Saiba mais aqui.

 

Assista ao trailer:

 

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