Ansiedade pelo futuro: CCBB RJ recebe “Velocidade”, nova montagem do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum

Foto: Igor Cerqueira

Após estreia com sessões esgotadas no CCBB BH, Grupo traz ao Centro Cultural Banco do Brasil sua peça – livro: um manifesto poético e onírico contra a pressa e a obsessão pelo futuro

E se fosse possível desacelerar o tempo? Essa é a provocação da peça teatral Velocidade, décima criação do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) no dia 18 de junho de 2025. A temporada será no Teatro I – com apresentações de quarta a sábado – quarta, quinta, sexta e sábado às 19h; domingo às 18h – até 13 de julho. O projeto, que inclui bate-papo e oficina gratuitos, é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Em um mundo cada vez mais utilitarista, consumista e hiper conectado, onde distâncias, durações, memórias e relações se reduzem e se virtualizam, Velocidade se ergue como um manifesto contra a pressa, a urgência e a obsessão pelo futuro. Estruturada em forma de livro – com capa, prefácio, dedicatória, sete partes e verso da capa – a peça questiona o ritmo imposto pela vida contemporânea e propõe outra relação com o tempo. Escrito por Assis Benevenuto e Marcos Coletta, e dirigido pelo cineasta Ricardo Alves Jr. e Ítalo Laureano, o espetáculo reúne em cena Rejane Faria, Michele Bernardino, Ítalo Laureano, Marcos Coletta e Assis Benevenuto.

“A peça começa com um áudio de seis minutos que o espectador ouve no escuro. Esse é o nosso convite inicial para desacelerar, baixar a bola, deixar o tempo decantar, desafiar a ansiedade, habitar outro tempo da imagem”, adianta Coletta.

A inspiração surgiu a partir do ensaio “Notas sobre os doentes de velocidade”, da autora mexicana Vivian Abenshushan, e se ampliou em diálogo com outras referências, como o livro Oráculo da Noite, de Sidarta Ribeiro, textos de Paul Preciado e o filme Poesia Sem Fim, de Jodorowsky.

Foto: Igor Cerqueira

Sobre o CCBB RJ

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro.

São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas.

O CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: para tudo que você imaginar.

Grupo Quatroloscinco Teatro do Comum

Com 18 anos de trajetória, o Grupo Quatroloscinco mantém trabalho continuado de pesquisa e prática teatral, baseado na criação coletiva e autoral sob uma estética contemporânea. O grupo busca uma cena centrada no jogo entre os atores, na relação com o texto e no encontro com o espectador. Surgido como um coletivo de pesquisa de alunos de Teatro da UFMG, o Quatroloscinco se profissionalizou e se tornou um dos mais respeitados nomes do teatro mineiro, conquistando prêmios, circulando em dezenas de festivais e realizando ações em 95 cidades de 21 estados do país, além de Cuba, Uruguai e Argentina. Criou as peças “Velocidade”, “Luz e Neblina”, “Apossinarmológuissi”, “Tragédia”, “Fauna”, “Ignorância”, “Humor”, “Get Out!”, “Outro Lado” e “É só uma Formalidade”, que receberam 12 prêmios e 23 indicações. Também publicou seis livros com a dramaturgia de seus espetáculos.

Bate-papo e oficina

Além da temporada no CCBB RJ, o Quatroloscinco realiza atividades formativas que ampliam o diálogo com o público. No dia 5 de julho, haverá um bate-papo com os artistas logo após a apresentação. Já nos dias 7 e 8 de julho (segunda e terça), das 14h às 18h, o grupo conduz a oficina A palavra em cena: habitar o texto, voltada a artistas profissionais ou em formação, estudantes de teatro e pessoas interessadas em experimentar a linguagem da cena.

Com carga horária de oito horas e classificação indicativa de 16 anos, a oficina propõe investigações sobre o manejo da palavra falada e suas diferentes camadas de sentido, por meio de leituras, exercícios e criação de micro cenas. São oferecidas 20 vagas, e as inscrições gratuitas podem ser feitas até 01/07, mediante preenchimento do formulário no site do grupo (www.quatroloscinco.com) ou em bb.com.br/cultura.

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