Alien: Romulus é um acerto em uma franquia quase esquecida

Para quem é fã de sci-fi, a franquia de “Alien” iniciada em 1979 é um prato cheio. Contudo, como toda sequência, em algum momento se perdeu no próprio universo construído. Em primeira impressão, o novo longa de Fede Alvarez, é mais do mesmo. Contudo, logo nos primeiros minutos já somos bombardeados com uma proposta.

As colônias de seres humanos em planetas distantes. É claro que para o gênero isso não é novidade alguma, mas a forma como Alvarez aborda a ideia é algo que chama atenção. Subliminarmente, há a ideia de colônias como as propostas pela NASA para Marte, que não deram certo. Pessoas morrendo por doenças, minas explodindo e até escravidão em troca de dias melhores em um destino que não nos é apresentado.

Nesse ambiente hostil é que somos apresentados para os protagonistas desta história: Rain e o cyborg que seu pai deixou como herança. Junto, conhecemos também, Navarro, Tyler, Bjorn que compõe o grupo de exploradores. Nesta colônia de escravidão, o sofrimento e a morte é certo. Pensando em uma solução para sair de lá e viajar até um possível segundo planeta habitado por humanos em que as condições sejam mais favoráveis, o grupo descobre uma antiga estação espacial abandonada que entra em órbita.

O plano é simples. Invadir a estação para que possam apanhas as capsulas capazes de hiberna-los durante nove anos, tempo de viagem até o outro planeta. Sair de lá em segurança e viajar quase uma década. Contudo, quando o plano está quase concluído, as famosas criaturas os encontram: os facehuggers, que farão de tudo para reproduzir nos humanos os mortíferos xenomorfos.

Poster do filme (Divulgação 20th Century Fox)

O elenco jovial e fora do escopo “nerd” dos demais filmes foi um acerto para esse momento. Dialoga diretamente com o novo público que irá consumir a franquia a partir de agora. Ao invés de mostrar astronautas experientes e que dariam tudo de si para proteger uma nação, conhecemos personagens que o único objetivo é sobreviver.

A fotografia faz um trabalho impecável com a cenografia e iluminação, transformando os xenomorfos em criaturas demoníacas, criando uma atmosfera mais sombria do que nos anteriores. Já a aversão pelos facehuggers e semelhança com aracnídeos deixa tudo ainda mais bizarro e amedrontador.

Já a direção constrói um filme ritimico, que não perde o folego em nenhum momento. E surpreende ao trazer problemas que realmente parecem sem solução. Durante os ataques dos aliens é impossível não se questionar: E agora? Como eles vão sair dessa? Minutos depois, vemos as soluções mirabolantes e minimalistas que os personagens se propõem para sair com vida.

O plot do filme é sem dúvidas um dos melhores da franquia. Traz uma criatura que pode ser abordada em outros filmes. É incrível como Alvarez não tem medo de ousar e inovar. Literalmente, é colocado todas suas cartas na mesa para que o roteiro seja algo que ninguém espera. E isso, de fato, ocorre.

Há anos não vemos um filme de sci-fi que tira o folego, deixa as mãos suando e em alguns momentos faz com que os fãs se questionem: o que eu faria nessa situação? Assim, com uma inovação na abordagem dos acontecimentos, “Alien: Romulus” merece toda a atenção do grande público. Sobretudo, em um filme que assistir no cinema, traz uma experiência incrível.

ALien: Romulus tem distribuição da 20th Century Fox e estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15).

⭐⭐⭐⭐⭐

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