Afastamento de Ednaldo pode mudar o jogo na CBF

Na última quinta-feira (15), Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi destituído do cargo. O motivo do afastamento é uma suspeita de falsificação da assinatura do Coronel Nunes, um dos vice-presidentes da entidade. Este documento fortalecia o poder de Ednaldo na CBF.

Entenda o que aconteceu

  • A decisão foi publicada pela 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) após o desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro acatar o pedido de Fernando Sarney, vice-presidente da entidade e ex-apoiador de Ednaldo;
  • Em maio de 2023, uma avaliação médica atestou que o Coronel Nunes apresenta um quadro de déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia (distúrbio neurológico que afeta o equilíbrio e coordenação motora causando sintomas como perda do equilíbrio, fala arrastada, movimentos lentos dos olhos ou dificuldade para engolir);
  • Sendo assim, o desembargador fundamentou sua decisão entendendo que o Coronel Nunes não possui capacidade mental para assinar a documentação;
  • Caso a falsificação seja comprovada a eleição de Ednaldo se tornaria inválida;
  • Na sexta-feira (16), Ednaldo Rodrigues, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando o cancelamento da nova eleição presidencial da entidade.

A nova eleição anunciada pelo interventor da CBF, Fernando Sarney, será realizada no dia 25 de maio. Serão escolhidos um novo presidente, oito vice-presidentes e membros do Conselho Fiscal para o mandato 2025-2029.

O que já não estava bom pode piorar

Falta de transparência, presidentes presos, derrotas, demissão do técnico, anúncio às pressas do novo técnico, acusação de falsificação de assinatura, a destituição de Ednaldo amplia o cenário de crises e escândalos que o futebol brasileiro vem enfrentando.

A instabilidade na liderança gera desconfiança interna e externa, dificulta o planejamento, dispersa potenciais investidores e parceiros comerciais, descredibiliza o futebol brasileiro a nível internacional, além da possibilidade de sofrer penalidades da FIFA. Esses fatores prejudicam o crescimento do futebol brasileiro e manifesta diretamente no desempenho da Seleção em campo.

Corrida contra o tempo

Reprodução/Instagram (Samir Xaud)

Com a proximidade da chegada do novo técnico da Seleção, Carlo Ancelotti, os próximos Jogos Eliminatórios para a Copa 2026, a entidade divulgou ontem (17) o edital para a Assembleia Geral que vai escolher o novo presidente. Veja algumas informações:

  • CBF autoriza voto remoto;
  • As inscrições das chapas podem ser feitas até terça-feira (20);
  • Cada candidato precisa do apoio formal de oito federações e cinco clubes;
  • Serão escolhidos um novo presidente, oito vice-presidentes, três membros efetivos e três membros suplentes do Conselho Fiscal para o mandato do quadriênio 2025-2029;
  • A votação é realizada de forma secreta, sendo proibida a presença de pessoas estranhas. Porém o acesso de autoridades desportivas, membros integrantes dos Poderes e órgãos da CBF, órgãos da imprensa, desde que convidados.

O atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e forte candidato, Reinaldo Carneiro Bastos, foi o primeiro a informar que concorrerá. Além dele, Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF), garante que irá se candidatar ao posto, mesmo com rejeição de clubes, principalmente da Série A, pois vem de uma federação com pouca significância no cenário futebolístico nacional.

Foto de capa: Reprodução/CBF (Ednaldo Rodrigues)

About The Author