O multiartista Toinho Castro apresenta sua nova obra literária, Nada existe, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025. O lançamento inclui uma sessão de autógrafos marcada para o dia 1º de agosto, às 13h, no estande da com.tato, na Casa Escreva, Garota (Travessa Gravatá 56c/d). Publicado pela editora Mamakoosa, o livro reúne fragmentos poéticos e reflexões sobre tempo, memória e liberdade criativa, atravessados pela nostalgia do Recife de sua infância e juventude.
A obra, escrita ao longo de sete anos, foi concebida a partir de imagens e lembranças que surgiram em lapsos criativos. “É um livro livre, meio selvagem”, define o autor. “Não quis dar-lhe o trato de um romance estruturado. Quis que ele tivesse a marca das fagulhas que me fizeram escrevê-lo.” A fluidez do texto reflete uma construção intuitiva e aberta, marcada mais pelas sensações do que pela linearidade narrativa.
Os temas de Nada existe — como amizade, sonho e identidade — emergem de vivências que atravessam Natal, Recife e Rio de Janeiro, cidades por onde Toinho passou e que moldaram sua sensibilidade artística. “Morar longe da cidade onde cresci me mergulhou em uma nostalgia que se transformou em escrita”, conta. Com uma prosa que transita entre o íntimo e o universal, ele acredita que a força do texto está na experiência subjetiva de cada leitor. “Não penso em mensagens. Penso no texto e no que ele pode suscitar em cada um. Um livro é uma porta que abre algo diferente para quem lê.”
Toinho escreve sem seguir métodos rígidos, permitindo-se ser surpreendido pelas palavras. “Escrevo porque leio. E escrevo quando a palavra me visita”, diz. Essa abordagem permeia também seu trabalho anterior, Imbiribeira (2021), com o qual Nada existe estabelece um diálogo direto. “Penso que ando escrevendo um único livro”, reflete. “’Nada existe’ nasce da mesma fonte, dessa busca por capturar o que já não existe mais, exceto na literatura.”
Influenciado por autores como Jorge Luis Borges, Maria José Dupré e Ariano Suassuna, Toinho evita se prender a rótulos literários. “Que outros corram atrás de gêneros. Eu simplesmente escrevo”, afirma. A publicação do novo livro foi viabilizada por financiamento coletivo, reforçando a autonomia do projeto, que já abre possibilidades para futuras parcerias editoriais. “Livro e escritor têm uma relação simbiótica. Ninguém sai ileso de escrever um livro.”
Toinho Castro nasceu em Natal, em 1966, e vive no Rio de Janeiro desde 1997. É fotógrafo, músico e escritor, com trajetória marcada por uma atuação intensa no cenário cultural. Além de Imbiribeira, publicou e organizou o Lendário Livro e editou por cinco anos a revista Kuruma’tá. Sua obra é atravessada por memórias afetivas e pela observação do cotidiano como matéria poética.
Via Assessoria de Imprensa
