J.K Rowling é removida do Museu de Cultura Pop após falas transfóbicas

A escritora britânica Joanne Kathleen Rowling, conhecida como J.K Rowling, criadora dos livros do universo Harry Potter, foi criticada após usar suas redes sociais para fazer declarações contrárias aos direitos das pessoas transgênero

No último dia 17, ela publicou uma foto em que se lê “Repita conosco: mulheres trans são mulheres”. Em cima da imagem, ela escreveu “Não”. Após a repercussão e comentários criticando a autora, no mesmo dia, ela fez uma segunda postagem no X (antigo twitter), afirmando que iria presa por dois anos feliz se a alternativa fosse o “discurso forçado” e “forçar a negação da importância do sexo”.

A afirmação de Rowling diz respeito a uma matéria no Daily Mail, na qual especialistas discutem que um eventual governo liderado pelo Partido Trabalhista, no Reino Unido, tornaria ataques à identidade de gênero uma ofensa criminal.

Ultimamente, J.K. tem sido mais lembrada por sua transfobia do que por sua obra. Em entrevista ao podcast The Witch Trials of J.K. Rowling, publicado em fevereiro deste ano, ela lamentou ser “profundamente incompreendida”:

— O que me interessou nos últimos anos, particularmente nas redes sociais, (é quando os fãs dizem) “você estragou seu legado, você poderia ser amada para sempre, mas escolheu dizer isso”. E eu penso: “Você não poderia ter me incompreendido mais profundamente”.

As atitudes da autora dividem os fãs de Harry Potter há anos, a ponto de alguns leitores e espectadores deixarem de consumir conteúdos relacionados à saga. Atores que atuaram nas adaptações cinematográficas da obra, como Daniel Radcliffe e Emma Watson, já se manifestaram contrários a essa postura. 

Museu da Cultura Pop

Localizado em Seattle, o museu é dedicado à cultura popular contemporanea sem fins lucrativos. 

Após as falas transfóbicas, o Museu da Cultura Pop resolveu remover o nome de J.K Rowling da exposição de Harry Potter. 

Museu da Cultura Pop (MoPOP) em Seattle

Chris Moore, gerente de projetos no museu explicou sua decisão por meio de um post no blog oficial do MoPOP. Pertencente à comunidade LGBTQIAP+, Chris, como pessoa trans, explicou a decisão de retirar a autora do display de Harry Potter. Na declaração, Moore explicou que a autora lhe fizeram deixar de ser um “fanático” pela obra.

“Há uma certa entidade fria, sem coração e sugadora de alegria no mundo de Harry Potter e, desta vez, não é realmente um dementador. Adoraríamos seguir a teoria da Internet de que esses livros foram realmente escritos sem um autor, mas essa certa pessoa é um pouco vocal demais com suas visões super odiosas e divisivas para serem ignoradas. Por enquanto, os curadores decidiram remover qualquer um de seus artefatos desta galeria para reduzir seu impacto. Não é uma solução perfeita, mas é o que conseguimos fazer no curto prazo enquanto determinamos as práticas de longo prazo.” finalizou. 

Entretanto, as declarações contra a comunidade trans não foram as únicas polêmicas envolvendo o nome da escritora. Moore ainda lembra que a autora apoiou criadores anti-semitas, escreveu estereótipos raciais que ela usou ao criar os personagens, o mundo incrivelmente branco, gordofobia, a falta de representação LGBTQIAPN+, a visão super fria sobre o fanatismo e outros daqueles que não se encaixam no seu mundo mágico.

Desde o início dos comentários da escritora, fãs voltaram às obras de Harry Potter e perceberam as visões problemáticas da autora no enredo, como os duendes que possuem elementos caricatos do mesmo jeito que os judeus eram vistos na Alemanha Nazista.

Apesar de seus livros serem considerados um marco, as posições políticas de Rowling tem a afastado de celebrações da franquia. Ela não compareceu nem mesmo aos eventos de 2022, que comemoraram o 25º aniversário do lançamento de Harry Potter e a Pedra Filosofal. 

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