A nova produção curitibana, “Canto Solitário”, que estreia dia 12 de outubro, traz à tona o que um menino de 7 anos sente de verdade e precisa esconder de seu pai que deseja ter um filho a sua imagem e semelhança, levantando um debate importante sobre os segredos que crianças podem esconder por medo de seus pais.
Plínio, um menino de 7 anos, vive com seu pai viúvo, que o agride por seu comportamento e preferências femininas. Seu pai deseja que ele se comporte como “um menino de verdade”, e diz que ele nunca deve mentir, mas o que o pai não sabe é que essa foi a forma que Plínio encontrou de protegê-los. Todavia, talvez quando ele descubra o maior segredo de seu filho, seja demasiado tarde.
Para a roteirista e criadora da história, Dama Oliveira, o filme traz o debate sobre a violência que crianças de todo o país sofrem dos próprios com a ideia de educa-las, principalmente quando se trata de um filho ou filha que se identifica como LGTBQIA+. “A violência não ensina, ela apenas causa traumas, e muitas vezes nos leva a perder nossas crianças. Na sociedade atual, onde as pessoas são perdidas, deprimidas, e violentas, temos que nos perguntar, onde isso começa? Se criamos na dor e no preconceito, como podemos esperar pessoas felizes e realizadas? Seu filho pode ser gay, trans, hétero, o que for, tudo que ele precisa é amor e compreensão, assim ele pode CRESCER, algo que parece simples, mas é muito difícil.”
A diretora, Shaiane Luz, espera sensibilizar que amar é a grande solução. “ Embora o filme não tenha sido permeado literalmente pelo caminho de homofobia, sabemos que esta comunidade sofre até mesmo na vida adulta por ser quem são, e quem mais causa esse sofrimento costuma ser a própria família. Mas para quem olhar com cuidado, verá que o filme não fala sobre sexualidade, mas sobre negação de autenticidade dos filhos. Esperamos que um olhar de empatia seja criado com questões de ‘ser diferente’.”
O ator mirim, Murilo Gricolo que interpreta o protagonista Plínio, sentiu o desafio de viver um personagem que sofre na pele o machismo. “Todo o drama do filme é o Plínio que sofre, por causa do machismo do pai”
Enquanto que o pai, vivido por Duílo de Pol, é o antagonista da história. “ele traz o conflito principal da trama, trazendo traumas e dificultando a vida do próprio filho, mostra o tema do preconceito com a orientação sexual, e a forma de lidar com o luto”. Para Duílo, a história é inspirada em fatos e recorda: “Em 2014 um menino carioca de 8 anos foi espancado por 2 horas pelo pai e chegou morto a upa, por ser afeminado”
Contudo, a história de Plínio começa com dificuldades quando perde sua mãe, Amara, interpretara pela atriz Margheurita Dissá. “Amara contribui mostrando o lado do amor parental incondicional, que já está aberto para aceitar e acolhe o filho do jeitinho que ele é mesmo antes dele nascer. Porém, Amara não tem forças parar bater de frente com o comportamento violento e machista de seu marido, o que acaba deixando Plínio, seu filho, ainda mais vulnerável.”
O filme foi produzido inteiramente em Curitiba através da Moussaieff Produções, produtora parananense que carrega outros títulos do cinema. Assista ao trailer do filme:
FICHA TECNICA:
Direção e produção: Shaiane da Luz
Fotografia: Gustavo Fonseca e Paulo Petraski
Arte: Brenda Mena
Fotografia Still: Diego Bernardes
Assistentes: Gabriel Lucas e Gabriel Fontes
Figurino: Lorenzo Marcel
Operador de câmera: Joas Junior e Gustavo Fonseca
Edição: Shaiane da Luz
SERVIÇO:
“Canto Solitário”
Quando: 12 de outubro
Onde: Youtube
Quanto: Gratuito