A escritora e jornalista Maíra Valério apresenta Amarga, seu mais recente livro de poesia, que navega por temas como solidão, trabalho, amor, trauma e a pressão pela felicidade em tempos de redes sociais. A obra, vencedora do Prêmio Tato Literário na categoria poesia, conta com texto de orelha assinado por Thaís Campolina, escritora, mediadora de leitura e pós-graduada em Escrita e Criação pela Unifor.
Com versos secos, sarcasmo e toques de humor, Amarga constrói poemas que exploram o que há de desagradável e obscuro mesmo na banalidade do cotidiano. “É um soco nas facetas dentárias de resina que sorriem forçadamente pelas redes sociais, em meio ao caos e às tragédias”, define a autora. A epígrafe do livro, com trecho de Hilda Hilst, “Só não existe amargura onde não existe o ser”, já adianta o tom da obra.
Dividido em cinco seções – remela, vazio em full HD, mordendo a cutícula, indigestão e trabalhar pra morrer –, o livro mergulha em imagens do urbano e do digital, com elementos recorrentes como comida, coração, mãos e olhos. “Ao trabalhar com um eu lírico assumidamente amargo, exagerado, ansioso e cansado, quis explorar o que não é considerado de ‘bom tom’ em uma sociedade de aparências”, comenta Maíra.
Nascida e criada em Brasília, a autora reconhece a influência da capital em sua escrita. Em entrevista ao Jornal de Brasília, ela reflete: “Brasília é um paraíso artificial (…) que, ao mesmo tempo, esmaga as pessoas com toques de recolher e distâncias calculadas. Nascer e crescer aqui é uma experiência impressa na minha subjetividade”. Essa relação ambivalente com a cidade ecoa nos versos que mesclam o individual e o coletivo, o íntimo e o político.
Amarga foi escrito majoritariamente a partir de 2022, em momentos como intervalos de trabalho, de madrugada, dentro de ônibus e ubers. “Foi um livro que me diverti escrevendo. Embora eu nem sempre goste dessa conversa de apontar a arte como algo terapêutico, não posso negar que, em muitos momentos, esse livro foi uma bóia de salvação enquanto eu me afogava em momentos difíceis”, revela.
Entre as referências literárias da autora estão nomes como Hilda Hilst, Cecilia Pavón e Adélia Prado, que a inspiraram a explorar o estranho e o divertido. Já as influências não literárias vêm da música – como Courtney Barnett e bandas punks feministas –, da cultura DIY e do universo dos quadrinhos, resultando numa linguagem que ela mesma define como “cartunesca”. A capa do livro é assinada pelo ilustrador e quadrinista Caio Gomez, com quem Maíra já havia colaborado no zine “Faz sol e chuva em Brasília”.
Sobre a orlando
A editora orlando, fundada pelos jornalistas Karol Lopes, Marcela Güther e Vincent Sesering (também sócios da agência de comunicação literária com.tato), nasceu para dar voz a escritores independentes com qualidade e profissionalismo. Com o lema “Histórias que desafiam o tempo”, oferece serviços completos de edição, revisão, design e divulgação, além de catálogos organizados em selos específicos: ziguezague (infantil), dobradura (poesia), espiral (ficção) e brecha (não ficção). Mais que publicar livros, aposta em estratégias de visibilidade para conectar autores e leitores. Saiba mais em editoraorlando.com.br e no Instagram @editoraorlando.
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Ficha Técnica
Livro: “Amarga”
Autora: Maíra Valério
Número de páginas: 96
ISBN: 978-65-987951-4-6
Gênero: Poesia
Editora: orlando
Ano: 2025
Foto de capa: Thaís Mallon
Via Assessoria de Imprensa
